Mais uma edição do Festival de Arte Negra de Belo Horizonte (FAN BH) começa neste sábado (4), às 12h, com uma programação gratuita e cheia de atrações especiais. Serão nove dias de festival, no ano em que o evento completa 26 anos. Os ingressos para cada atração podem ser retirados aqui.
A 11ª edição do FAN é organizada pela Secretaria Municipal de Cultura de BH e pela Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Centro de Intercâmbio e Referência Cultural (CNRC).
Ao BHAZ, um dos fundadores do festival, Gil Amâncio, falou sobre a expectativa para a retomada da programação com a melhora da situação da pandemia de Covid-19. O artista e educador idealizou o projeto em 1995, e nesta edição foi convidado para apresentar o espetáculo “Muvuca nº 01”, na terça-feira (7).
“A muvuca é um exercício de criação coletiva. Juntamos músicos, dançarinos e dançarinas, uma artista visual, e vamos nos juntar na apresentação. É como almoço em casa de mãe e vó preta, cada um leva uma coisa, junta tudo na panela e vira um momento de celebração”, descreve.
O festival
O FAN BH é um dos maiores eventos dedicados à arte e à cultura negra na América Latina. A programação conta com atrações teatrais na capital, intervenções urbanas, atividades nos centros culturais, programação de debates e ações formativas.
Gil Amâncio idealizou o festival depois de morar na Alemanha, em 1992, e se fascinar com a arte negra presente no país. Quando voltou a BH, foi convidado para atuar como assessor da então secretária de Cultura Maria Antonieta Cunha.
Em 1995, com o tricentenário da morte de Zumbi dos Palmares, herói nacional e símbolo da resistência cultural da população negra brasileira, o artista teve a ideia de criar o Festival de Arte Negra de Belo Horizonte.
A partir da segunda edição, em 2003, o FAN BH ganhou caráter permanente, com periodicidade bienal. O evento reforçou a contribuição enquanto difusor da arte negra no Brasil, promovendo a compreensão da origem e a inserção de diversas vertentes das culturas de matrizes africanas.
A edição mais recente do FAN BH aconteceu em novembro de 2019 e levou 510 artistas a diversos palcos da cidade, sendo 330 de Minas Gerais e 180 de outros 10 estados e países como Alemanha, Gana e Senegal. Foram realizadas 150 atividades, alcançando um público de mais de 25 mil pessoas.
11ª edição
A edição de 2021 do Festival de Arte Negra de BH busca referências na cultura Bantu para promover uma série de criações coletivas, as Muvucas Artísticas, com diferentes linguagens integradas.
Com o tema “Muvuca de Pretuntu”, o evento contará com artistas da Grande BH, além de participantes de diferentes estados e também do exterior, mas que vivem atualmente no país. Confira a programação completa aqui.
A abertura da 11ª edição conta com o encontro de grupos da cultura popular da região metropolitana de BH e a abertura do Ojá – Mercado das Culturas, no Mercado da Lagoinha.
A cerimônia inaugural do festival, às 15h de hoje, contará com a benção do Pai Geraldo André, da Casa de Cultura Lodé Apará; participação da secretária municipal de Cultura de Belo Horizonte, Fabíola Moulin; e dos curadores da edição, Júlia Tizumba, Froiid e Sérgio Pererê. A atividade disponibilizará tradução em Libras e a classificação é livre.
Logo em seguida, acontecerá a festa da cultura popular com um encontro de Candombes, Guarda de Congo de São Benedito e Guarda de Moçambique. Também fazem parte da abertura o Samba da Meia Noite e a DJ Fê Linz.
De acordo com a organização do FAN, o evento segue todos os protocolos previstos para o combate à Covid-19.