Santuário do Caraça: História, lobo-guará, atrativos, preços e como chegar

santuário do caraça
Santuário do Caraça fica entre Catas Altas e Santa Bárbara (Reprodução/Santuário do Caraça)

Fé, natureza, turismo e muita história são os pilares do Complexo Santuário do Caraça, propriedade da Província Brasileira da Congregação da Missão, instituição católica formada por padres e irmãos consagrados. O espaço, que tem 11.233 hectares, fica nos municípios de Catas Altas e Santa Bárbara, região da Bacia do Rio Doce, distante cerca de 120 quilômetros de Belo Horizonte.

O local funciona como centro de espiritualidade e missão, conservação ambiental, educação, lazer, cultura e turismo. Conheça abaixo a história do Santuário do Caraça, saiba quais são os atrativos, preços e como visitar.

Santuário do Caraça história

Segundo o Iepha (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais), os primeiros registros sobre o Caraça surgiram nas sesmarias do Padre Felipe de Siqueira Távora, em 1700, e do coronel João Raposo Bocarro, em 1711.

O trecho, que fica na Serra do Espinhaço, ganhou um templo religioso na segunda metade do século XVIII, com o irmão Lourenço de Nossa Senhora, que estava inspirado com o local. A construção da capela data de 1774.

Passou a ser hospedagem para religiosos e peregrinos, e, mais tarde, tornou-se um colégio. Os ex-presidentes do Brasil Arthur Bernardes e Afonso Pena estudaram no centro de ensino. Em 1820, padres lazaristas portugueses assumiram a direção da capela.

Capela dá lugar ao Santuário

Já na segunda metade do século XIX, entre 1876 e 1883, a pequena capela deu lugar à atual igreja, tendo sido a primeira construção neogótica do Brasil. No ano de 1968, um incêndio destruiu o prédio anexo, que havia sido construído no século XIX.

Com isso, o santuário encerrou as atividades educacionais. A Congregação Lazarista manteve os espaços para encontros religiosos e culturais, e hoje o Santuário do Caraça funciona como um importante centro de peregrinação e turismo, de acordo com o Iepha.

O nome Santuário do Caraça faz referência à localização da igreja, que fica na Serra do Caraça. A serra, por sua vez, recebe o nome de Caraça por causa de sua forma, que lembraria a figura de um rosto gigante deitado.

Conforme o Iepha, a Serra do Caraça tem as altitudes mais altas do Quadrilátero Ferrífero. O local foi tombado pelo Estado e declarado como monumento natural em 1989. É reconhecido, também, pela Sigep (Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos) como sítio espeleológico.

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O que fazer no Santuário do Caraça

Dentre as multiplicidades do Santuário do Caraça, o local divide-se em quatro eixos de funcionamento:

  • Preservação, conservação e educação ambiental, por ser considerado reserva RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural), servindo como local para visitantes e trilheiros;
  • Educação, cultura e ciência por oferecer conjunto arquitetônico, dispor de museu e biblioteca (prédio do antigo colégio);
  • Centro Vicentino Missionário de espiritualidade, religão e peregrinação;
  • Complexo turístico com pousada, restaurante, loja, lanchonete, bar e roteiros de visita.

É possível fazer excursões pedagógicas, religiosas e para a terceira idade no Santuário do Caraça. A igreja fica disponível para batizados, tirar fotos de casamento, debutantes, gestantes ou books profissionais em geral.

Lobo-guará: O guardião do Santuário do Caraça

Tradição no Santuário do Caraça, a “hora do lobo” consiste em reunir os turistas para aguardar a visita do lobo–guará todas as noites, a partir das 18h30. A atividade começou em 1982, ano em que o animal começou a ir até o local e algumas lixeiras passaram a ficar reviradas.

Com isso, irmão Thomaz e padre Tobias começaram a colocar uma bandeja de carne em cada portão do santuário para descobrir de qual animal se tratava. Eles foram aproximando a comida da escada da igreja, até que o lobo-guará também subiu e passou a ir até o local frequentemente.

A prática segue ativa pois o hábito de caça dos lobos–guarás não foi comprometido por causa disso. Enquanto esperam pelo animal, que aparece quando quer, os visitantes têm um momento de informação e educação ambiental.

Lobo-guará é visitante ilustre das noites do Santuário do Caraça
Lobos-guarás sobem no santuário para comer carnes (Reprodução/Santuário do Caraça)

O Centro de Convenções fica disponível para aluguel para reuniões, congressos, palestras e outros eventos. Para mais informações sobre os serviços disponibilizados no Santuário do Caraça, entre em contato pelo (31) 3942-1656, ou pelo e-mail [email protected].

Uma vez que o Santuário do Caraça é um Centro de Perigrinação e Cultura, o turismo do local segue a mesma pegada. Assim, as atividades combinam formação de valores com trilhas para cachoreiras, tanques, piscinas naturais, antigas construções, grutas e picos.

Santuário do Caraça possui cachoeiras e piscinas naturais
O local possui atrativos naturais como cachoeiras e piscinas naturais (Reprodução/Santuário do Caraça)

Santuário do Caraça hospedagem

Para quem quiser se hospedar, é possível ficar na Pousada do Caraça, que fica no próprio Santuário do Caraça. O local dispõe de 41 apartamentos, 8 quartos com banheiros externos e casas com acomodações simples. As diárias incluem pensão completa e entrada na Reserva Natural.

Crianças de até 5 anos acompanhadas dos pais não pagam pela diária. As reservas na Pousada do Caraça devem ser feitas por meio do telefone (31) 3942-1656 ou pelo e-mail [email protected], de segunda à sexta-feira, de 8h às 16h.

Um dos quartos da Pousada do Caraça, no santuário (Reprodução/Santuário do Caraça)

A Pousada Fazenda do Engenho é uma outra opção de hospedagem no Santuário do Caraça. A área possui atividade agropecuária e fica na portaria de acesso à reserva. Tem produção de leite, queijo, hortifrutigranjeiros e animais de pequeno porte.

A casa tem alas de apartamentos com banheiros individuais, mobília em todas as acomodações, salão para eventos com TV e varanda. A pousada da fazenda não dispõe de restaurante para oferecer almoço e jantar, dessa forma, tais refeições devem ser feitas no Santuário do Caraça.

Já o café da amanhã está incluso na hospedagem da Pousada Fazenda do Engenho. As reservas na Pousada Fazenda do Engenho devem ser feitas por meio do telefone (31) 3942-1656 ou pelo e-mail [email protected], de segunda à sexta-feira, de 8h às 17h.

Pousada Fazenda do Engenho (Reprodução/Santuário do Caraça)

Preços

Taxa de visitação:

  • Segunda à sexta-feira (exceto feriado e datas comemorativas): R$ 25 por pessoa;
  • Sábado, domingo, feriados e datas comemorativas: R$ 35 por pessoa;
  • Idosos a partir de 60 anos pagam meia-entrada mediante documento de identificação com foto;
  • Moradores de Catas Altas, Santa Bárbara e Barão de Cocais pagam meia-entrada em qualquer dia e têm entrada gratuita na primeira quarta-feira de cada mês, mediante agendamento. É necessário apresentar comprovante de residência;
  • Ciclistas pagam meia-entrada;
  • Crianças de até 5 anos não pagam, mediante documento de identificação.

Taxa para usufruir o espaço para fotos:

Hospedagem:

  • Pousada do Caraça: a partir de R$ 601 (dois adultos)

Endereço Santuário do Caraça

O Santuário do Caraça fica na Estrada do Caraça, km 9 – Catas Altas.

Como chegar

Se você vai sair de Belo Horizonte, a distância até o Santuário do Caraça é de 120 quilômetros. Pegue a BR-381, sentido Vitória (ES) e siga até o trevo para Barão de Cocais (Santa Bárbara). Siga pela MG-436 via Barão de Cocais. Antes de entrar em Santa Bárbara, vire à direita para o Caraça.

Ou, se você vai sair de São Paulo, a distância é de 700 quilômetros. Pegue a BR-381 até Belo Horizonte (MG), e siga sentido Vitória (ES) até o trevo da MG-436, em Barão de Cocais (Santa Bárbara). Siga pela MG-436 via Barão de Cocais. Antes de entrar em Santa Bárbara, vire à direita para o Caraça.

Agora, se você vai sair do Rio de Janeiro, a distância é de 500 quilômetros. Pegue a BR-040 até Conselheiro Lafaiete (MG), siga o trajeto Ouro Branco – Ouro Preto – Mariana – Catas Altas. Vá no sentido Santa Bárbara – Caraça.

Edição: Pedro Rocha Franco
Andreza Miranda[email protected]

Graduada em Jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2020. Participou de duas reportagens premiadas pela CDL/BH (2021 e 2022); de reportagem do projeto MonitorA, vencedor do Prêmio Cláudio Weber Abramo (2021); e de duas reportagens premiadas pelo Sebrae Minas (2021 e 2023).

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