‘Vale o Escrito’, nova série documental do Globoplay conta a guerra provocada pelo jogo do bicho no Rio de Janeiro

'Vale o Escrito', nova série documental do Globoplay conta a guerra provocada pelo jogo do bicho no Rio de Janeiro
‘Vale o Escrito’, nova série documental do Globoplay conta a guerra provocada pelo jogo do bicho no Rio de Janeiro. Foto: Divulgação

A recente estreia da série documental “Vale o Escrito”, do Globoplay, investiga e expõe o submundo do jogo do bicho em uma produção que conta a história de vários dos grandes personagens do crime e sua estruturação na capital fluminense. A produção começa contando a história do bicho e como esse império foi estruturado nos anos 70, a partir da criação da “Cúpula da Contravenção”, grupo formado pelos grandes bicheiros da época, como Miro Garcia, Anísio Abraão e Castor de Andrade, que é personagem principal de outra série do streaming, Doutor Castor.

A partir dessa estruturação, a série vai se desenrolando e revelando as histórias de cada um dos integrantes da Cúpula e suas famílias; trazendo à tona todos os detalhes e informações sobre conflitos pelo poder, traições, vinganças e assassinatos envolvidos nessa guerra. Um dos aspectos mais intrigantes da série é a participação dos próprios bicheiros, seus herdeiros e mulheres dando depoimentos inéditos sobre suas atuações no esquema. Pela primeira vez, Capitão Guimarães, Piruinha, Shana Garcia e Bernardo Bello falam abertamente sobre seu envolvimento nesta máfia brasileira.

A série se mostra surpreendente ao longo dos episódios, pois, por meio de depoimentos de jornalistas, historiadores e autoridades da Justiça, revela como uma prática comum no Brasil e considerada por muitos até “ingênua”, possui uma influência tão grande em todas as faces da violência dos dias atuais da capital fluminense, escancarando uma rotina de execuções, corrupção e que legitima um poder paralelo na política e na segurança da cidade, que encontra elo até mesmo na morte da vereadora Marielle Franco em 2018.

Repórter do jornal O Globo e autor dos livros “Nos porões da Contravenção” e “Mataram Marielle”, Chico Otavio dá uma das mais importantes contribuições na série tanto no testemunho dos acontecimentos que cobriu como jornalista quanto como consultor da produção.

“Foi uma experiência muito bacana, porque venho da escola do jornalismo impresso e acho que esse tipo de jornalismo deriva numa série direcionada para um streaming, que é uma tendência nova e forte no mercado. A gente já viu acontecer com o caso Nardoni, com a Boate Kiss, com a Flordelis, e agora chegou a vez dos bicheiros”, conta Chico.

“Com o perdão do clichê, a vida real é mais chocante do que a ficção e é justamente o que essa série mostra, essa guerra entre famílias, entre parentes, que tem por trás, sem dúvida, um projeto de poder, ambição e egoísmo. Acho que o grande diferencial, a particularidade que outras séries não têm foi a história dos bicheiros contada pelos próprios bicheiros. Isso eu nunca vi acontecer!”, completa.

Também chama atenção o modo como os chefes da contravenção usaram as escolas de samba das comunidades e assim construíram uma imagem de heróis por injetarem dinheiro no samba, transformando o carnaval carioca num espetáculo admirado no mundo. Dessa forma, os bicheiros escondem suas verdadeiras personalidades, seus crimes e se colocam como benfeitores sociais.

A série documental é uma produção do Conversa.doc, núcleo de documentários do programa “Conversa com Bial”. A produtora também foi responsável pelas séries sobre médium João de Deus e a cantorna Nara Leão. Com supervisão artística de Pedro Bial, a série é dirigida por Fellipe Awi, Ricardo Calil e Gian Carlo Bellotti.

Edição: Lucas Negrisoli
Maria Tereza Nolasco

Cursa publicidade e propaganda na PUC Minas e atua com foco no marketing no BHAZ.

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