Halo Solar: Como se dá o fenômeno raro visto em BH no fim de semana?

halo solar
O aro brilhante e colorido que se formou ao redor do Sol neste domingo se trata de um fenômeno atmosférico chamado halo solar (João Pedro Guadalupe/BHAZ)

Os moradores de BH que olharam para o céu durante a tarde desse domingo (26) se depararam com um arco-íris um pouco diferente. O aro brilhante e colorido que se formou ao redor do Sol neste domingo se trata de um fenômeno atmosférico chamado halo solar.

Mas, apesar da beleza, o professor aposentado da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Renato las Casas, explica que o halo solar é um símbolo de alerta. Ao BHAZ, o físico explica que o fenômeno pode estar relacionado ao grande volume de queimadas que têm acontecido em Minas.

“O halo solar é um fenômeno atmosférico, formado por partículas que estão em suspensão na nossa atmosfera. No caso de ontem, tudo indica que essas partículas são devido às queimadas que estão acontecendo na região combinado com a temperatura e densidade do ar”, explicou.

O meteorologista Heriberto dos Anjos, do Geoclima, concorda que o fenômeno pode ter sido intensificado pelas queimadas e poluição atmosférica, mas conta que ele é como uma ilusão de ótica. “Esse fenômeno geralmente é um fenômeno ótico, como se fosse uma ilusão de ótica, são gotículas de água que têm na atmosfera no estado de gelo”, começa.

“Essas nuvens altas, cirrostratus, elas se formam nas camadas mais altas da atmosfera e esse tipo de nuvem é composto basicamente por pequenos cristais de gelo que interagem com a luz solar, criando esse efeito de halo”.

Fenômeno raro

O professor Renato las Casas disse ter ficado surpreso ao ver fenômeno na tarde de ontem. Segundo ele, por depender de fatores atmosféricos muito específicos, o halo solar não é um evento tão comum de acontecer.

“Ele é um fenômeno da natureza, não é nada sobrenatural, mas não acontece sempre. Aqui em Belo Horizonte eu nunca tinha visto. Não estou dizendo que nunca aconteceu, mas eu nunca tinha visto tão forte assim como ontem”, pontua Renato.

Ele explica que, por conta da luminosidade, é difícil que o halo solar seja visto durante o dia. Por isso, é mais comum que o fenômeno seja contemplado ao redor da lua.

“Em volta da lua é muito comum nós vermos, mas nesse caso tem mais relação com a umidade. Quando tem algum grau de nebulosidade se forma um aro bonito em volta da lua”, conta.

Heriberto dos Anjos lembra de todo o cenário na capital mineira e região metropolitana nos últimos meses de queimadas, baixa umidade e qualidade do ar, que aumenta o número de partículas de poluição na atmosfera. “As partículas que estão na atmosfera quando a luz solar vai penetrar dentro da atmosfera pegam também os poluentes. Isso pode influenciar, intensificar o fenômeno. Vai ficar mais visível, porque as queimadas podem favorecer essa refração da luz, mas não necessariamente por causa das queimadas que o fenômeno ocorreu”.

Podemos chamar o halo solar de arco-íris?

Embora muitas pessoas o tenham relacionado com um arco-íris, Renato las Casas explica que os dois fenômenos têm diferenças significativas.

“Tem a ver com o arco-íris, mas existe uma grande diferença: quando você vê o arco-íris, a fonte de luz está atrás de você. No caso de ontem, o Sol está na sua frente, por isso o arco se forma ao redor do Sol”, explica o professor.

Além disso, o arco-íris tradicional tem relação com a umidade do ar, e não com as queimadas. Por isso ele normalmente aparece após períodos chuvosos.

Edição: Giovanna Fávero
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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