Um homem de 51 anos foi preso suspeito de tentar matar a ex-companheira a facadas, enquanto ela segurava a filha do casal no colo, por não aceitar o término do relacionamento. O crime foi cometido em Sete Lagoas, na Grande BH, em fevereiro deste ano, e ele foi preso nessa quarta-feira (21) em Curvelo, na região Central de Minas Gerais. A mulher sobreviveu.
De acordo com a delegada Stephania Nunes, ele foi até a casa da vítima, entregou a criança a ela e começou a esfaqueá-la no rosto e no pescoço, enquanto ela ainda tinha a filha no colo. “Este suspeito agiu de forma tão fria, que, depois de golpeá-la incessantemente e a faca ter estragado, ele parou e tentou desentortar a faca”, detalha.
O suspeito não conseguiu desentortar a faca, pegou uma nova e continuou golpeando a ex-companheira. Uma terceira pessoa que estava no local conseguiu tirar a filha do colo da mãe e fugir com a criança.
‘Saiu calmamente’
Depois de desferir tantos golpes contra a mulher, o homem achou que ela estava morta. “Ele estava tão certo da morte dela, que saiu caminhando calmamente pela casa, e depois voltou para verificar se ela estava morrendo. Como a situação era muito grave, o sangue jorrava pelo pescoço, ele saiu calmamente acreditando que ela fosse vir a óbito”, conta a delegada.
Ainda segundo ela, testemunhas confirmaram que o suspeito deixou o local do crime de forma calma ao pensar que a vítima não ia resistir ao ataque. A mulher não morreu, mas a Polícia Civil não divulgou informações a respeito do estado de saúde dela.
O homem, que estava foragido da Justiça desde a época do crime, foi preso na noite de ontem. Ele foi indiciado por tentativa de feminicídio com qualificação por motivo fútil (não aceitar o término) e recurso que dificultou a vítima, com o agravante de ter cometido o crime na presença da filha deles.
O que é feminicídio?
Feminicídio é o assassinato de uma mulher pela condição de ser mulher. Em 2015, a Lei do Feminicídio (Lei nº 13.104/15) juntou-se à Lei Maria da Penha na construção do empoderamento das mulheres em conjunto com as políticas públicas criadas para prevenir e punir atentados, agressões e maus-tratos.
As alterações trazidas pela Lei do Feminicídio imputaram mais severidade nas penas para crimes praticados nos casos de violência doméstica e familiar e de menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
Com Agência Brasil