Três idosos morreram em asilo interditado por tortura na Grande BH; polícia investiga as causas

Divulgação/PCMG

As mortes de três idosos que moravam no abrigo interditado pela Vigilância Sanitária de Santa Luzia, na Grande Belo Horizonte, na sexta-feira (26), estão sendo investigadas pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG).

As mortes teriam ocorrido do fim de 2018 para cá e a polícia tenta descobrir se tiveram relação com os casos de maus-tratos, tortura, privação alimentar e outras atrocidades às quais internos do abrigo particular estavam sendo submetidos.

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Os casos de violência contra idosos foram descobertos na semana passada, na quinta-feira (25), quando a PCMG recebeu denúncia anônima e, no mesmo dia, esteve no local e constatou um cenário degradante de abandono das pessoas.

Duas mulheres foram presas: a proprietária do lar para idosos Acolhendo Vidas e também sua filha. Uma terceira pessoa que trabalhava no local ainda não foi localizada. Procurada pelo BHAZ nesta terça-feira (30), a PCMG informou que está nas mãos da Justiça expedir o mandado de prisão para esse funcionário. Não foi informado se é um homem ou uma mulher.

Segundo a Prefeitura de Santa Luzia, o local funcionava sem autorização do Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS).

A diligência de emergência realizada pela PCMG na quinta-feira constatou que, na verdade, os internos estavam sendo torturados. De acordo com a delegada Bianca Prado, havia internos ‘de castigo’ em seus quartos e privados de alimentação.

Na quinta-feira, nove idosos que apresentavam quadro de pneumonia, fratura, desnutrição e relatos de agressão foram encaminhados ao Hospital Municipal Madalena Calixto para atendimento médico.

“Verificamos uma situação não só de maus-tratos, mas muito mais grave: os internos estavam sendo torturados, física e mentalmente; internos em estado de saúde deplorável, alguns se alimentando por sonda, sem nada dentro. O local era totalmente insalubre, com uma fossa transbordando e os idosos e cadeirantes no meio dessa lama de bosta”, relatou.

De acordo com a Prefeitura de Santa Luzia, “o estabelecimento era conhecido pela prática de mudar de endereço todas as vezes que venciam os prazos estipulados pelo órgão de fiscalização. Em 2017, o Ministério Público encontrou a instituição novamente e acionou a Vigilância Sanitária para que fosse averiguada a condição de funcionamento e exigências legais”, informou.

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