Isolamento social tem índice mais baixo desde fevereiro em Minas e BH

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BH chegou a ter quase 50% de adesão ao isolamento, mas número caiu pela metade (Amanda Dias/BHAZ)

A taxa de isolamento social em Minas Gerais e na capital vem caindo gradativamente, chegando agora ao número mais baixo desde o início de fevereiro. A queda acontece desde a segunda quinzena de abril, quando o estado saiu da Onda Roxa – fase mais restritiva do plano Minas Consciente –, e quando a PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) permitiu a reabertura do comércio, após quase cinquenta dias de grandes restrições.

Segundo o painel Monitora Covid-19, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), em 15 de maio, data mais recente do levantamento, o Índice de Permanência Domiciliar (IPD) em Minas era de apenas 8,94%, e em Belo Horizonte, de 22,31%. Já em 15 de março, quando Minas anunciou a fase mais restritiva, era de 21,68%, e chegou a 32,08% no dia 15 de abril, quando o governador anunciou que a maior parte das regiões do estado deixariam a Onda Roxa.

Em BH, na mesma data, o isolamento social era de 30,35% – nessa época, a cidade já estava há uma semana com o comércio fechado. Em 15 de abril, quatro dias antes do anúncio da nova reabertura, a permanência domiciliar chegou a 48,27%.

O médico infectologista Unaí Tupinambás, na ocasião da explosão de novas variantes da Covid-19 no Brasil, falou sobre os riscos da circulação extrema e necessidade de redução da mobilidade social. “É isso que faz com que o vírus passe de uma pessoa pra outra. Isso é absolutamente necessário”, disse ao BHAZ, em março. Ele ainda reforçou a necessidade não só de se ficar dentro de casa, mas também não se aglomerar dentro dela. “As pessoas precisam entender que não dá pra aglomerar dentro de casa”.

O que diz a PBH?

O BHAZ entrou em contato com a PBH, para entender a posição da prefeitura quanto à redução do isolamento social. Em nota (veja na íntegra abaixo), a prefeitura disse que a taxa de isolamento social é um indicador periférico na decisão de flexibilização e restrição das atividades. O Executivo municipal ainda disse que a taxa de transmissão (RT), a ocupação dos leitos de UTI e de enfermaria são os indicadores mais importantes para o processo.

O que diz o Governo de Minas?

Em contato com o governo estadual, a SES-MG enviou uma nota à reportagem, destacando a necessidade da permanência domiciliar para a contenção do vírus. “Um dos fatores limitantes do aumento da transmissão do vírus é o distanciamento e as medidas de isolamento social”, disse em nota (veja na íntegra abaixo).

A pasta ainda reforçou a importância da adesão ao Minas Consciente. “A Secretaria de Saúde avalia as taxas de isolamento social e o que as análises mostram é que essa taxa flutua, de acordo com as medidas restritivas em curso. Por isso, é fundamental que o Plano Minas Consciente seja adotado e que a população continue fazendo sua parte”.

Covid-19

De acordo com o boletim epidemiológico mais recente da SES-MG (Secretária de Estado de Saúde de Minas Gerais), o estado tem 1.483.200 pessoas com teste positivo para Covid-19, sendo que 37.927 morreram por conta da doença, e 1.368.401 se recuperaram. Mais de 76 mil casos ainda estão em acompanhamento. Nas últimas 24h, 10.399 pessoas receberam o resultado positivo para Covid.

Segundo o último boletim da PBH, dessa quarta-feira (19), 196.581 moradores da capital já se infectaram com o novo coronavírus, sendo que 4.817 dos quadros evoluíram para óbito. Desta forma, 183.973 pessoas se recuperaram da doença. Nos registros, ainda consta mais de 7 mil casos em acompanhamento.

Índices de 19 de maio de 2021 (Reprodução/PBH)

O número médio de transmissão por infectado (RT) na capital está em 1,00, o que significa que cada 100 infectados transmitem a Covid-19 para 100 pessoas. Esse número indica que a transmissão está no alerta amarelo. A taxa de ocupação dos leitos de UTI, por sua vez, está no nível vermelho, 79,9%, enquanto os leitos de enfermaria estão com ocupação de 59,1%, nível amarelo.

Nota da PBH na íntegra

“A taxa de isolamento é um indicador secundário no processo de flexibilização das atividades econômicas. Os principais parâmetros utilizados pela Prefeitura para definições neste sentido são os indicadores epidemiológicos e assistenciais (número médio de transmissão por infectado (Rt) e taxa de ocupação dos leitos de UTI e de enfermaria exclusivos COVID-19) publicados e divulgados diariamente no portal da Prefeitura. 
Outros indicadores, como os relacionados ao número de usuários no transporte coletivo e ao volume de veículos, também são monitorados para verificar o impacto das medidas adotadas na circulação das pessoas pela cidade”.

Nota do Governo de Minas na íntegra

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) esclarece que um dos fatores limitantes do aumento da transmissão do vírus é o distanciamento e as medidas de isolamento social. A Secretaria de Saúde avalia as taxas de isolamento social e o que as análises mostram é que essa taxa flutua, de acordo com as medidas restritivas em curso. Por isso, é fundamental que o Plano Minas Consciente seja adotado e que a população continue fazendo sua parte.

O Minas Consciente trabalha com projeções e monitoramento dos índices em todo o estado. A implantação de medidas mais flexíveis ou mais restritivas depende de estudo técnico dos indicadores de contágio, média móvel, óbitos, ocupação de leitos, insumos, vacinação, em um período de aproximadamente duas semanas. Portanto, quando se trata do enfrentamento à pandemia, nenhuma medida sanitária é descartada. Dito isso, a indicação destas medidas será sempre orientada por dados técnicos, independente de se tratar de flexibilização ou restrição”.

Edição: Vitor Fernandes

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