Jovem é agredida e desmaia diante de policiais: ‘Eu pedi ajuda, mas eles só olharam’

Reprodução/Arquivo Pessoal

Uma jovem de 23 ficou ferida depois de sofrer uma agressão motivada por homofobia. O caso foi registrado em Belo Horizonte no último domingo (5), em um bar no bairro Bonfim, na região Noroeste. A vítima, Marina Martins, conta que foi agredida diante de policiais e que, mesmo pedindo por ajuda, os militares que não interviram na ação violenta.  

O caso aconteceu por volta das 20h30 de domingo. De acordo com o Boletim de Ocorrência, a vítima teria passado o dia com a companheira. Ao retornar para a casa da namorada, as duas foram expulsas por um parente, que não aceita o relacionamento entre elas. Além disso, a polícia foi acionada para as duas mulheres.

O casal saiu sem rumo e parou em um bar, próximo a uma praça da região. Alguns momentos depois, a PM compareceu ao local e, no mesmo instante, a mãe da namorada da vítima também chegou ao estabelecimento.

“Ela chegou muito nervosa, me xingando sem motivo algum, desferindo palavras muito ofensivas. Em um dado momento, ela perdeu o controle e começou a me agredir. Ela me deu tapas, puxou meu cabelo e bateu minha cabeça na parede até que eu ficasse desacordada”, disse Marina ao BHAZ.

De acordo com a vítima, os policiais que estavam no local presenciaram as agressões, mas não interviram. “Eu pedi por ajuda, mas eles só olharam, não fizeram nada. Só prestaram assistência e me levaram para o hospital depois que eu estava muito machucada”, conta.

Segundo Marina, o motivo das agressões seria o fato de a mãe da namorada não aceitar o relacionamento das duas, mesmo ciente da orientação sexual de a filha.

Ela foi levada para o Hospital Odilon Behrens, onde recebeu atendimento médico. Ela sofreu escoriações e um corte na cabeça, sendo necessário a aplicação de pontos no ferimento.

Na segunda-feira (6), Marina procurou a Delegacia de Plantão de Atendimento à Mulher, onde registrou uma ocorrência contra a agressora. “Eu fiquei muito machucada, não só fisicamente, mas psicologicamente também. Minha família tem me dado apoio e eu estou sendo acompanhada por um psicólogo”, ressalta.

Polícia Militar

Procurada pelo BHAZ, a Polícia Militar (PM) explicou que é uma “instituição defensora dos direitos humanos” e que “não coaduna com qualquer ilegalidade”. Disse ainda que foi chamada ao local do fato para “intervir em confusão generalizada de família” e que os fatos seguem “em apuração conforme normas vigentes”. Veja a íntegra do posicionamento abaixo.

“A Polícia Militar, por intermédio do Comando de Policiamento da Capital, esclarece que é instituição defensora dos direitos humanos e não coaduna com qualquer ilegalidade.

No que se refere ao fato citado, a Polícia Militar foi acionada através do 190 para intervir em confusão generalizada de família. No local, os militares se deparam com a reclamante machucada, sendo socorrida ao Hospital pela viatura policial. Os fatos seguem em apuração conforme normas vigentes.

A Polícia Militar continua com o firme propósito de fazer cumprir as leis, atuando em face da preservação da Ordem Pública e empenhando todos os seus esforços para melhor servir e proteger a sociedade”.

Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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