O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), assinou um Termo de Patrocínio no valor de R$ 30 milhões para viabilizar estudos de vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). O ato simbólico aconteceu no Salão Nobre da PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) no início da tarde desta quinta-feira (27).
Após a assinatura, o prefeito fez um pronunciamento criticando os cortes no orçamento da UFMG. “A ajuda é pequena, pois é de uma prefeitura. O que estão fazendo no estudo federal no Brasil é um crime e vai custar muito caro no futuro. Muito caro”. Os valores repassados pelo Executivo municipal vão custear os estudos de fase 1 e 2 da vacina desenvolvida pela universidade.
Kalil parabenizou a reitora Sandra Goulart pelo reconhecimento da UFMG ser a melhor universidade federal do Brasil e se mostrou confiante com os estudos clínicos da vacina. “Não estamos falando aqui de R$ 30 milhões que é uma pequena parte do que será investido nesta vacina tão promissora”.
“Parabéns professora, pena que a medalha foi tão ruim [um corte de 26,7% no orçamento]”. Kalil se colocou a disposição para ajudar no diálogo para reverter a decisão dos cortes e disse que se não fosse a pandemia de Covi-19, a UFMG estaria de portas fechadas.
‘Desrespeito’
“É muito importante que a população de Minas saiba que, se caso não houvesse a pandemia na cidade de Belo Horizonte, a UFMG teria fechado com este corte… É um desrespeito o que estão fazendo com a UFMG e temos o poder de impedir este desrespeito”.
Além do prefeito de BH, participaram da assinatura do convênio Sandra Goulart, reitora da UFMG; Alessandro Moreira, vice-reitor; secretário municipal de Saúde, Jackson Machado; presidente Jaime Arturo Ramirez, presidente da Fundep (Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa) e o secretário municipal da Fazenda, João Fleury.
Anúncio em abril
No fim de abril, Kalil havia anunciado, em entrevista à Rede Globo, que a prefeitura ia fazer o financiamento do imunizante desenvolvido pela universidade. Na oportunidade alegou que a “UFMG é investimento”.
“A prefeitura garantiu, sim, a continuidade do plano tão importante para população, porque não sabemos se vamos precisar de mais vacinas no ano que vem, ou 2023, ou 2024”, disse em 28 de abril deste ano.
“Belo Horizonte vai garantir, sim, a fase dois de estudos da vacina da UFMG. BH é grande parceira, haja vista que a UFMG disponibilizou um superfreezer caso vacinas da Pfizer chegassem à cidade. É motivo de orgulho de BH e Minas Gerais”, afirmou à época o chefe do Executivo municipal.
Vacinação
Belo Horizonte já realizou 782.067 aplicações de 1ª dose e 373.847 da 2ª e última dose. Os dados são do Boletim Epidemiológico e Assistencial de ontem (26). O número de vacinas aplicadas pelos grupos imunizados está da seguinte forma:
- Idosos de 60 anos ou mais – 1ª dose: 455.733 / 2ª dose: 278.936
- Trabalhadores da saúde – 1ª dose: 172.318 / 2ª dose: 90.822
- Profissionais e moradores de ILPIs e residências inclusivas, SRT, quilombolas e outros grupos – 1ª dose: 7.696 / 2ª dose: 4.086
- Forças de segurança e salvamento, forças armadas e funcionários do sistema de privação de liberdade – 1ª dose: 14.610 / 2ª dose: 3
- Pessoas com comorbidades, beneficiários do BPC, gestantes e puérperas – 1ª dose: 131.710 / 2ª dose: não aplicada
A capital mineira tem 203.719 casos confirmados de Covid-19 e 5.013 mortes. O número de recuperados chegou a 190.751 e os em acompanhamento a 7.955. Os indicadores da pandemia estão da seguinte forma
- Número médio de transmissão por infectado (RT) – 1,08 – nível amarelo
- Ocupação de leitos de UTI Covid-19 – 78,2% – nível vermelho
- Ocupação de leitos de enfermaria Covid-19 – 63,7% – nível amarelo
O boletim pode ser lido aqui.