Kalil visita centro de produção da vacina da UFMG e cobra demais esferas do governo: ‘Precisamos nos unir’

Kalil visita CT Vacinas
Prefeito visitou as instalações do CT-Vacinas nesta quinta (Moisés Teodoro/BHAZ)

Após a PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) repassar a segunda parcela do dinheiro destinado ao desenvolvimento da vacina Spintec, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), o prefeito Alexandre Kalil (PSD) visitou as instalações da universidade nesta quinta-feira (5) e falou sobre os próximos desafios na produção do imunizante. O prefeito se mostrou otimista em relação à pesquisa e aproveitou para mandar um recado direto para quem opta por não se vacinar.

“A expectativa é muito legal. Isso é importante para Minas”, afirmou o gestor. Ele lembrou, no entanto, que ainda há muitas etapas pela frente e que os pesquisadores vão precisar contar com a ajuda de outras esferas do governo. “Nossa ajuda [da PBH] foi pequena, precisamos do governo federal. Temos que avisar que saúde não é dinheiro, não é papel. Saúde é investimento”, afirmou, em entrevista coletiva no CT-Vacinas (Centro de Tecnologia de Vacinas) da UFMG.

Kalil ainda convocou outros agentes políticos a colaborarem com a viabilização do imunizante. “Nossos deputados, senadores e governadores, precisamos nos unir para que o governo assuma, para que, novamente, Minas seja protagonista de vacinação”, pediu o prefeito, que acredita que este será o próximo “grande passo” da produção.

Próximas etapas

Na última semana, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recebeu da universidade um pedido para que a Spintec passe a ser testada em humanos. O professor da UFMG e pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) Ricardo Gazzinelli explicou que este ainda será um processo demorado.

“Iniciamos esse processo e acredito que nos próximos meses teremos uma avaliação. É pesquisa e desenvolvimento, vencemos uma etapa importante, que é a prova de conceito e protótipo da vacina, mas agora precisamos testar em humanos. É assim que a ciência funciona, estamos trabalhando para vencer cada uma dessas etapas”, disse o pesquisador, que acompanhou Kalil na entrevista.

Segundo Gazzinelli, a previsão da UFMG é que as fases 1 e 2 do estudo terminem no primeiro trimestre de 2022. Contudo, ainda não há como saber quando o imunizante estará disponível para os moradores. “A fase 3 é incerto, porque ainda falta financiamento”, pontuou. Ele explicou ainda que o objetivo não é somente atuar nesta “primeira” fase da pandemia, mas se consolidar como um serviço que beneficie a população a longo prazo.

“Existe uma perspectiva de se criar esse centro de desenvolvimento de vacinas, onde vamos poder atuar de maneira mais rápida. Vamos poder enfrentar até novas pandemias e trabalhar em vacinas que hoje em dia não existem. O centro vai permitir um fortalecimento de BH como um polo tecnológico. Apesar da catástrofe que estamos vivendo hoje, tivemos a oportunidade de crescer e atender a necessidade da sociedade”, afirmou o pesquisador.

‘Para quem é burro’

Além de acompanhar uma etapa da produção dos imunizantes, o prefeito aproveitou a oportunidade para alertar sobre a importância da vacinação para que BH consiga vencer a pandemia de Covid-19. “Somos o segundo país com mais mortes. Aproveito para falar com quem é bobo e burro e digo que vacina é o único jeito da gente se curar. Se não quiser perder sua família, corre no posto e se vacine”, disse.

Atualmente, a PBH chegou à imunização de pessoas de 33 e 34 anos, que já foram convocadas e vão começar a receber o imunizante a partir de amanhã (veja aqui). Para dar mais oportunidades para que todos os moradores completem a imunização, o Executivo municipal também ampliou os horários de vacinação e passou a operar no turno da noite em alguns dos pontos (confira aqui).

Edição: Giovanna Fávero
Jordânia Andrade[email protected]

Repórter do BHAZ desde outubro de 2020. Jornalista formada no UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) com passagens pelos veículos Sou BH, Alvorada FM e rádio Itatiaia. Atua em projetos com foco em política, diversidade e jornalismo comunitário.

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