A passagem da rapper Karol Conká pelo Big Brother Brasil rendeu polêmicas, rejeição recorde e o cancelamento dela junto ao público. Após mais de três meses de saída do reality, ela associa tudo que vem passando ao racismo e diz que a raiva contra ela deveria se centrar no presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A saída do programa com 99,17% de rejeição fez Karol ser linchada nas redes sociais, por conta do comportamento adotado na casa. Os ataques de cunho racista aconteceram e ela chegou a ser xingada de “macaca”. Agora, ela vai lançar uma série sobre saúde mental, o “Vem K”.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, Karol Conká disse que aquilo que enfrenta, desde que voltou à realidade, é o que toda pessoa negra carrega no Brasil. “É algo transparente, que só preto enxerga. Você não pode errar, não pode encostar na prateleira, senão vão achar que está roubando. Quando essa diva sai do trilho, você vê que não existe esse acolhimento todo”.
Lidar com as consequências das atitudes no BBB fez Karol se afastar das redes sociais por dois meses. Ela apagou os aplicativos do celular e pediu para a equipe mudar as senhas. A rapper também passou a fazer acompanhamento psicológico, algo considerado como tabu.
‘Raiva canalizada’
As atitudes de Karol no reality renderem rejeição recorde e ela diz não ter orgulho de saber que o comportamento fez o programa ter picos de audiência. “Isso mostra o quanto as pessoas amam odiar”.
A rapper acredita que as pessoas deveriam se manifestar da mesma forma cobrando o governo Bolsonaro no enfrentamento à pandemia de Covid-19. “Isso merece o gasto de energia para ir às redes ou às ruas e protestar. Nossa raiva tinha que ser canalizada para isso”, enfatizou.
Nas redes sociais, Karol compartilhou imagens da manifestação contra o governo realizada no último dia 29 de maio. “Estou de mão dada aí com todo mundo que é fora morte, fora Bolsonaro. Estou na torcida para que o milagre aconteça”.
Karol Conká crê que o ódio contra ela passou e pediu para aqueles que ainda usam o discurso racista assistam o “Vem K”. “Batemos nela, mas ela está ali, plena e maravilhosa”, finalizou.
