Depois de anunciar que seguiriam a nova orientação do Ministério da Saúde e não vacinariam adolescentes sem comorbidades contra a Covid-19, o Governo de Minas e a PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) recuaram e confirmaram, nesta sexta-feira (17), que vão imunizar esse público.
De acordo com o Governo de Minas, a decisão foi tomada depois que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) reafirmou nessa quinta-feira (16) que a vacina da Pfizer contra a Covid-19 é segura para os jovens de 12 a 17 anos.
“É importante ressaltar que a vacinação contra a Covid-19 e avanço para esta etapa da campanha depende da disponibilidade de doses da vacina por parte do governo federal”, completa a administração estadual.
A PBH também confirmou que vai vacinar adolescentes de 17 a 12 anos sem comorbidades. O município já iniciou a imunização dos jovens com comorbidades, com deficiência permanente, gestantes e puérperas.
“Para iniciar a vacinação deste público é imprescindível que novas remessas de vacinas sejam entregues a Belo Horizonte. A prefeitura reafirma a disponibilidade de pessoal e de todos os insumos necessários para a imediata continuidade do processo”, informa a PBH.
Por que a vacinação de adolescentes foi suspensa?
Na quarta-feira (15), o Ministério da Saúde recuou e recomendou a suspensão da imunização para adolescentes entre 12 e 17 anos sem comorbidades. Inicialmente, o governo federal pretendia vacinar 20 milhões de pessoas desse público.
Em nota técnica enviada às secretarias de Saúde, a pasta informa que “revisou” a recomendação e justifica que a maioria dos adolescentes sem comorbidades acometidos pela Covid-19 demonstra evolução “benigna”, apresentando-se assintomáticos.
“O Ministério da Saúde pode rever a sua posição, desde que haja evidências científicas sólidas em relação à vacinação em adolescentes sem comorbidades. Por enquanto, por uma questão de cautela, nós temos eventos adversos a serem investigados. Nós temos essas crianças e adolescentes que tomaram essas vacinas que não estavam recomendadas para eles. Nós temos que acompanhar esses adolescentes”, informou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
A decisão veio após uma adolescente de 16 anos, de São Bernardo do Campo (SP), morrer após receber a vacina da Pfizer. Até o momento, não é possível saber se a morte da adolescente tem relação direta com a vacina. No total, 1.545 efeitos adversos pós vacinação foram notificados em adolescentes até agora, que podem ou não ter relação com a imunização.
Anvisa reforça segurança
Com a mudança, o Governo de Minas e a PBH anunciaram ontem que seguiriam a orientação da pasta. Ainda ontem, a Anvisa informou que investiga a morte da adolescente, e que, com os dados disponíveis até o momento, “não existem evidências que subsidiem ou demandem alterações nas condições aprovadas para a vacina”.
O órgão ainda reforçou que a vacina da Pfizer foi aprovada para a aplicação em jovens de 12 a 17 anos, após serem apresentados estudos de fase 3, com dados que demonstraram sua eficácia e segurança.
Para as conclusões sobre eficácia, foram considerados 1.972 adolescentes vacinados. A eficácia da vacina observada foi de 100% para indivíduos sem evidência de infecção prévia pelo coronavírus, antes e durante o regime de vacinação, e 100% para aqueles com ou sem evidência de infecção prévia, antes e durante o regime de vacinação.
A Anvisa também pontua que a administração da vacina da Pfizer em adolescentes de 12 anos ou mais está autorizada e vem ocorrendo em diversos países, como os Estados Unidos, o Canadá, o Reino Unido, a Austrália e os países da União Europeia.