Minas tem média de 200 pessoas à espera de vaga em hospital

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Não existem mais vagas nos hospitais para os mineiros (Amanda Dias/BHAZ)

Minas Gerais já registra falta de vagas em hospitais. A informação é do governador do estado, Romeu Zema (Novo), que anunciou, nesta terça-feira (16), o colapso do sistema de saúde em terras mineiras. O mandatário ainda declarou que o governo não tem mais capacidade de realizar transferência de pacientes entre hospitais de regiões distintas e que a salvação depende unicamente da mudança de comportamento das pessoas.

“Qualquer pessoa pode ir hoje em um hospital para ver pessoas implorando por atendimento médico”, informou Zema, depois de revelar que o estado tem quase 200 pacientes aguardando, diariamente, por uma vaga em unidade de saúde. A dificuldade de atendimento, de acordo com o governador, inclui a região Central, Belo Horizonte e a região metropolitana, mesmo sendo as localidades com o maior número de hospitais no estado.

Todas as regiões do estado estão, agora, na onda roxa, fase com medidas mais extremas para brecar o avanço da Covid-19. O novo secretário de estado de Saúde, Fábio Baccheretti, lamentou o comportamento das pessoas: “Vem caindo o isolamento e por isso digo que a onda roxa não pode ser uma cor no mapa – regiões com onda roxa não estão conseguido isolamento suficiente, pois população não vem respeitando – é difícil”, reclamou.

O secretário fez um apelo à população: “Todo mundo cansado, mas é para os hospitais respirarem. São 15 dias de grande sacrifício – vai vir a vacinação e com o tempo vamos recuperar o convívio. Tem que ser uma mudança de comportamento de todo mundo – cada cidadão mineiro precisa entender isso – não adianta fechar comércios se as pessoas não mudarem os hábitos”, implorou.

Responsabilidade

“Quem sai de casa e provoca aglomeração está colocando a vida dos outros em risco”, falou, categoricamente, o governador do estado. “Se não tivermos espírito humanitário, daqui a pouco as filas saem do hospital e vão para as ruas. Será que é isso que queremos?”, questionou Zema.

“Precisamos ter humanidade neste momento. É necessário termos conscientização – não é algo fácil, mas o momento demanda isso, para não estarmos matando conhecidos meus ou não”, pediu o gestor estadual. Ele reforçou que, passado um ano de pandemia, acredita que é muito difícil alguém que não tenha alguém da família ou do círculo de convívio contaminado ou falecido – por isso, implora por consciência.

Leitos

O secretário da Saúde anunciou, ainda, que o governo está se esforçando para conseguir mais leitos – mas que faltam profissionais de saúde. “Nós temos uma nítida progressão do tamanho da fila. Saem pessoas e entram novas pessoas e estamos na tentativa de expansão de leitos”, afirmou.

Ele reforçou, contudo, o esforço dos profissionais de saúde durante um ano de pandemia. “Além dele não ter convívio social como a população, ele, todos os dias, resiste a pandemia que acaba com saúde de todo mundo”.

O que é a onda roxa?

A fase de restrições ainda mais rígidas foi anunciada no início deste mês para algumas regiões específicas – até então, as regiões com cenários mais graves eram enquadradas na onda vermelha, que não impunha restrições de circulação, por exemplo. Agora, no entanto, os municípios podem avançar para um estágio ainda mais grave, e, nesse caso, são colocados na onda roxa – todas as cidades mineiras, inclusive, entrarão nessa onda a partir de amanhã. A medida, com determinações rigorosas, foi criada diante do risco de um colapso do sistema de saúde, com tem sido observado em outros estados.

Entre as restrições previstas pela onda, está a proibição de circulação de pessoas que não se deslocam para atividades essenciais; o toque de recolher das 20h às 5h; a proibição de reuniões presenciais, inclusive de pessoas da mesma família que não moram juntas; entre outras. Confira o que será vetado em todo o estado a partir de quarta:

  • Circulação pessoas e veículos pra atividades não-essenciais;
  • Circulação de pessoas sem máscara em qualquer espaço público ou coletivo, ainda que privado;
  • Circulação de pessoas com sintomas de gripe, exceto para realização ou acompanhamento de consultas e exames médicos e hospitalares;
  • Realização de reuniões/eventos presenciais, inclusive entre pessoas da mesma família que não moram juntas;
  • Qualquer tipo de evento público ou privado que possa provocar aglomeração;
  • Funcionamento de bares e restaurantes (permitido somente para delivery)

Quais são as atividades essenciais?

De acordo com o Governo de Minas, são consideradas atividades essenciais:

  • setor de saúde, incluindo unidades hospitalares e de atendimento e consultórios;
  • indústria, logística de montagem e de distribuição, e comércio de fármacos, farmácias, drogarias, óticas, materiais clínicos e hospitalares;
  • hipermercados, supermercados, mercados, açougues, peixarias, hortifrutigranjeiros, padarias, quitandas, centros de abastecimento de alimentos, lojas de conveniência, lanchonetes, de água mineral e de alimentos para animais;
  • produção, distribuição e comercialização de combustíveis e derivados;
  • distribuidoras de gás;
  • oficinas mecânicas, borracharias, autopeças, concessionárias e revendedoras de veículos automotores de qualquer natureza, inclusive as de máquinas agrícolas e afins;
  • restaurantes em pontos ou postos de paradas nas rodovias;
  • agências bancárias e similares;
  • cadeia industrial de alimentos;
  • agrossilvipastoris e agroindustriais;
  • telecomunicação, internet, imprensa, tecnologia da informação e processamento de dados, tais como gestão, desenvolvimento, suporte e manutenção de hardware, software, hospedagem e conectividade;
  • construção civil;
  • setores industriais, desde que relacionados à cadeia produtiva de serviços e produtos essenciais;
  • lavanderias;
  • assistência veterinária e pet shops;
  • transporte e entrega de cargas em geral;
  • call center;
  • locação de veículos de qualquer natureza, inclusive a de máquinas agrícolas e afins;
  • assistência técnica em máquinas, equipamentos, instalações, edificações e atividades correlatas, tais como a de eletricista e bombeiro hidráulico;
  • controle de pragas e de desinfecção de ambientes;
  • atendimento e atuação em emergências ambientais;
  • comércio atacadista e varejista de insumos para confecção de equipamentos de proteção individual – EPI e clínico-hospitalares, tais como tecidos, artefatos de tecidos e aviamento;
  • de representação judicial e extrajudicial, assessoria e consultoria jurídicas;
  • relacionados à contabilidade;
  • serviços domésticos e de cuidadores e terapeutas;
  • hotelaria, hospedagem, pousadas, motéis e congêneres para uso de trabalhadores de serviços essenciais, como residência ou local para isolamento em caso de suspeita ou confirmação de covid-19;
  • atividades de ensino presencial referentes ao último período ou semestre dos cursos da área de saúde;
  • transporte privado individual de passageiros, solicitado por aplicativos ou outras plataformas de comunicação em rede
Edição: Thiago Ricci

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