Mineiro cultiva Flor Cadáver e esposa quase o expulsa de casa

flor cadáver rosa do diabo
Flor Cadáver exala forte odor ao desabrochar (Reprodução/Facebook/Arquivo pessoal)

Um biólogo mineiro de 30 anos resolveu cultivar uma flor exótica e precisou de jogo de cintura para lidar com a planta em casa. É que a Flor Cadáver, também conhecida como Rosa do Diabo, solta um forte odor, semelhante a enxofre, logo que fica madura. E a esposa do profissional quase o “expulsou” junto do exemplar, a Amorphophalllus paeoniifolius, por conta do fedor. Vem ver os detalhes do caso.

Hugo Xavier Gomes fez uma postagem no Facebook, ontem (23), para compartilhar com amigos que a flor enfim havia desabrochado. Ele a cultivou por longos seis anos antes de vê-la sair da terra. Na rede social, o relato do biólogo despertou curiosidade e conta mais de 4,7 mil compartilhamentos.

Jardinagem é um exercício de paciência. Depois de seis anos cultivando, surge da terra a tão esperada Flor Cadáver,Flor…

Publicado por Hugo Xavier Gomes em Domingo, 22 de novembro de 2020

Discórdia

Ao BHAZ, Hugo contou nesta segunda (23) que a Flor Cadáver é classificada como uma Panc, ou seja, uma planta alimentícia não convencional. Segundo ele, o exemplar começa a brotar depois de três anos e mais três anos depois desabrocha completamente. E foi ao exalar o odor pela primeira vez que a Rosa do Diabo provocou discórdia entre o biólogo e a esposa dele.

“No primeiro dia, quando ela desabrocha o cheiro é insuportável. Minha esposa ficou pedindo pra eu tirar a planta daqui, disse que iria me expulsar junto. Nós a colocamos no quintal, fechamos a casa e resolvemos a situação”, explica Hugo ao lembrar da reação da esposa, Daniella Gomes.

Mau cheiro

O biólogo também contou que a flor exala o forte cheiro por conta do processo de polinização dela. A planta é polinizada por moscas e outros insetos necrófagos, como besouros, por exemplo, que se alimentam de matéria orgânica em decomposição. “Ela produz esse odor forte, de ovo podre, de carne, justamente para atrair os polinizadores”, conta Hugo.

Ainda de acordo com o mineiro, os nomes atribuídos à flor estão diretamente relacionados ao odor produzido por ela. “A gente não tem muitos dados sobre a planta, mas os nomes fazem referência ao fedor mesmo. Estou observando os processos até para descrever melhor. Ela exalou cheiro inferior ao da primeira vez e não está tão viçosa quanto ontem”, relata o homem, que coleciona outras plantas.

Origem e consumo

Originária do sudeste da Ásia, a Flor Cadáver tem uso alimentício e medicinal, além do valor ornamental. No entanto, o biólogo Hugo diz nunca ter provado a planta e que não recomenda que ela seja ingerida. “A flor não é nativa do Brasil, mas bastante comum em países como China, Japão e Indonésia”, diz.

“Eu nunca consumia a planta. Existe uma prima dela, cultivada por descendentes de japoneses, que é usada para fazer uma pasta. Mas é um processo elaborado que leva soda cáustica, então eu não recomendaria. Existem relatos de pessoas que comem, mas é algo muito sério”, conta.

Segundo Hugo, o consumo da planta pode ser prejudicial à saúde por conta de toxinas. “Não é uma planta que você tira e come. É sério dizer que pode pegar e sair comendo. As folhas do inhame, por exemplo, não podem ser comestíveis por conta da toxicidade. É preciso ter cautela”, afirma.

Ancestralidade

Além de cultivar a Flor Cadáver por seis anos, Hugo também divide um projeto no Instagram com a esposa Daniella. Chamado de Os Dois Lados da Janela, o perfil tem como objetivo repassar informações “ancestrais” ao público em geral.

“A gente compartilha bastante conhecimento ancestral da nossa parte, com o resgate de uso das plantas, observação da natureza, como por exemplo as fases da lua. A gente compartilha conhecimentos ancestrais para aplicar no dia a dia”, explica.

Roberth Costa[email protected]

De estagiário a redator, produtor, repórter e, desde 2021, coordenador da equipe de redação do BHAZ. Participou do processo de criação do portal em 2012; são 11 anos de aprendizado contínuo. Formado em Publicidade e Propaganda e aventureiro do ‘DDJ’ (Data Driven Journalism). Junto da equipe acumula 10 premiações por reportagens com o ‘DNA’ do BHAZ.

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