O mosquito Aedes aegypti com Wolbachia está presente em todas as nove regionais de Belo Horizonte. A prefeitura liberou, na última segunda-feira (31), o inseto nas três regiões que faltavam: Barreiro, Leste e Oeste. A ampliação do método foi feita de forma gradativa.
Inicialmente foram liberados mosquitos nas regionais Venda Nova, Norte e Noroeste, já na segunda etapa o método foi implantado nas regionais Centro-Sul, Nordeste e Pampulha. Nas áreas de abrangência dos Centros de Saúde Jardim Leblon, Copacabana e Piratininga, onde as ações foram iniciadas em outubro do ano passado, assim como era esperado, mais de 60% dos mosquitos coletados estão com Wolbachia.
O projeto é uma parceria entre a PBH (Prefeitura de Belo Horizonte), a WMP (World Mosquito Program) – iniciativa sem fins lucrativos que é responsável pelo método Wolbachia – Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), e tem apoio do Ministério da Saúde. O método é complementar às demais ações de controle das arboviroses realizadas pela SMSA (Secretaria Municipal de Saúde).
Melhora da efetividade
“A implantação e a expansão do método Wolbachia é um importante passo da PBH, sempre com o objetivo de melhorar a efetividade das ações de combate ao Aedes aegypti. Lembrando que a participação da população na eliminação de criadouros é imprescindível”, destacou o subsecretário de Promoção e Vigilância em Saúde, Fabiano Pimenta.
Também faz parte das ações o Estudo Clínico Controlado Randomizado (RCT, sigla em inglês), realizado em parceria com a UFMG e apoio do Ministério da Saúde. O objetivo é fazer um comparativo para verificar a incidência de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti nos locais de soltura e onde não houve liberação de mosquitos, mas o resultado das ações deve aguardar as análises.
“A expectativa é que em até quatro anos, que é o tempo do estudo, seja possível conhecer o impacto do método Wolbachia no controle das arboviroses em Belo Horizonte”, explicou o pesquisador da Fiocruz e líder do método Wolbachia no Brasil, Luciano Moreira.
Wolbachia
A Wolbachia é um microrganismo intracelular e não pode ser transmitida para humanos ou animais. Mosquitos que carregam essa bactéria têm a capacidade reduzida de transmitir os vírus para as pessoas, diminuindo o risco de surtos de dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Nem os mosquitos nem a Wolbachia sofreram qualquer modificação genética.
Para a implantação do método, a Prefeitura construiu, com recursos próprios, uma biofábrica que produz Aedes com Wolbachia. O método está presente em 11 países, sendo que Belo Horizonte é a primeira cidade do mundo que conta com local próprio.
Doenças
Dentre as doenças transmitidas pelo Aedes três se destacam: dengue, zika vírus e chikungunya. Confira o balanço destas enfermidades na capital mineira até maio de 2021.
- Dengue
Até o dia 27 de maio, foram confirmados 589 casos de dengue em Belo Horizonte. Há 741 casos notificados pendentes de resultados. Foram investigados e descartados 2.651 casos. Nenhuma morte foi constatada.
- Chikungunya
Em 2021, foram notificados 33 casos de Chikungunya em residentes de Belo Horizonte. Desses, 22 foram casos confirmados, sendo 14 autóctones, sete importados e um em local de origem indefinida. Há 11 casos em investigação para a doença.
Em todos os locais com suspeita de casos de chikungunya a SMSA intensificou as ações de combate ao vetor, como uma estratégia para evitar a propagação da doença.
- Zika vírus
Foram notificados quatro casos de zika em residentes de Belo Horizonte em Belo Horizonte. Os casos foram investigados e descartados para a doença.
Com PBH