Uma engenheira civil de 28 anos teve o provador aberto por uma funcionária da Renner em Belo Horizonte, depois que a mulher confundiu a cliente com um homem. Amanda Vieira, que é lésbica e tem o cabelo curto, conta que foi chamada de “moço” pela trabalhadora antes que ela percebesse que se tratava de uma mulher, e denuncia a invasão de privacidade no estabelecimento. O caso aconteceu no shopping Del Rey, na Pampulha, nesse sábado (21). A Renner informou que está em contato com a cliente e apura internamente o caso.
Ao BHAZ, Amanda conta que pegou uma calça para experimentar, passou pela funcionária que conta as peças de roupa a serem experimentadas e entrou no provador feminino. Pouco tempo depois, a colaboradora entrou no local gritando: “moço, moço, onde você entrou?”.
“Eu não respondi, porque não achei que fosse comigo, não sou moço. Ela colocou o braço dentro do provador e abriu a cortina, enquanto eu estava sem roupa, e me disse; ‘o seu [provador] é do outro lado’. Perguntei por quê, e ela olhou para o meu rosto, meu corpo, viu que eu não era homem e pediu desculpas. Ela disse que um segurança me viu pela câmera e avisou que tinha um ‘homem’ entrando no provador feminino”, relata a engenheira civil.
Invasão de privacidade
Amanda Vieira saiu da cabine e procurou o gerente da loja para pedir um posicionamento, depois de ter a privacidade invadida. Um vídeo gravado por ela e que circula nas redes sociais mostra a conversa entre a cliente e o gerente, que pediu desculpas pelo ocorrido e disse que entraria em contato com a funcionária responsável.
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— monossexista, genitalista e sexualista (@aquelaborgui) August 21, 2021
uma amiga sofreu lesbofobia descarada numa loja das @Lojas_Renner aqui em bh. entrou no provador feminino e uma funcionária da loja abriu o provador em que ela estava sem permissão afirmando que ela seria um homem, viu que não era e saiu pic.twitter.com/9q8JbPBl6l
“Isso é uma coisa que nunca aconteceu aqui na loja. A gente passa um treinamento para o pessoal falando sobre todos esses problemas, todas essas situações que acontecem. Vou conversar com os colaboradores, entender o que aconteceu. A gente já falou várias vezes sobre diversidade aqui na loja, é uma coisa que a Renner valoriza muito. O que posso fazer é conversar com o pessoal e advertir sobre essa situação”, diz o gerente no vídeo.
Amanda nunca tinha passado por situação parecida. “Depois que cortei o cabelo, às vezes me confundem com um homem, normalmente pedem desculpas e isso não me deixa mal. Mas o que aconteceu hoje foi absurdo, porque além da confusão, em algum momento passou pela cabeça dela que ela podia invadir meu espaço, me expor sem roupa na frente de outras pessoas”, protesta.
Procurada pelo BHAZ, a Renner informou que “não tolera qualquer tipo de preconceito e discriminação”. A empresa ainda disse que “sente pelo ocorrido”, que está em contato com a cliente e “apurando o caso internamente para tomar as medidas cabíveis”.
Nota da Renner
“A Lojas Renner não tolera qualquer tipo de preconceito e discriminação. A empresa sente pelo ocorrido, já entrou em contato com a cliente e está apurando o caso internamente para tomar as medidas cabíveis“.