Uma mulher que enviou mensagens questionando a vitória de uma candidata negra em um concurso de beleza de Santo Antônio do Amparo, região Centro-Oeste de Minas, foi indiciada por racismo. A competição aconteceu no último dia 12 e, quando soube do resultado, a suspeita teria enviado um áudio com comentários preconceituosos em um grupo no WhatsApp.
“Gente, eu estava na roça e agora que eu vi o resultado. Ah, vou contar uma coisa pra vocês: esse negócio de inclusão social tá f***. É ‘os preto’ é que tá mandando em tudo mesmo. É cota na escola, é cota aqui, é cota ali e os branco tá tudo levando tinta. Da próxima vez, nós tem que pular num tanque de creolina e sair tudo pretinha, aí pode candidatar a qualquer coisa, que ganha”, disse na mensagem.
A vítima de 19 anos e a mãe dela registraram a ocorrência e foram ouvidas pela polícia.
‘Não queria ofender’
A suspeita prestou depoimentos na última sexta-feira (18) na Delegacia da Polícia Civil de Lavras, no Sul de Minas. Ela confessou ter enviado o áudio, mas negou o intuito de ofender ou magoar terceiros. Segundo a mulher, a intenção dela seria discutir a política de cotas em um grupo familiar.
O inquérito policial foi encaminhado ao Ministério Público, com o indiciamento da suspeita pelo crime de racismo, previsto no artigo 20 da Lei 7.716/89.