Servidores terceirizados de cinco restaurantes universitários (RUs) da Fundação Universitária Mendes Pimentel (FUMP) da UFMG entraram em paralisação nesta quinta-feira (5). Entre as reivindicações, estão o reajuste salarial, condições dignas de trabalho e melhorias estruturais. Os trabalhadores, que preparam mais de 15 mil refeições diárias, dizem que tentam negociar com a reitoria da universidade desde maio de 2023. Procurada, a UFMG diz que um acordo está sendo elaborado e que, em breve, uma nota será divulgada.
O Sindicato dos Empregados em Entidades de Assistência Social de Orientação e Formação Profissional no Estado de Minas Gerais (Senalba), que representa os trabalhadores, publicou carta aberta à comunidade universitária e demais usuários dos restaurantes da FUMP. Segundo a sindicato, “os salários na fundação estão consideravelmente abaixo dos valores praticados pelo mercado, e que o reajuste solicitado pelos trabalhadores em assembleia, que foi de apenas 3% + INPC acumulado do período, foi recusado e o oferecido a título de ganho real não passou de 1,27%, o que agrava ainda mais a situação”.
O Senalba denuncia, ainda, que a direção da FUMP tem utilizado o vale alimentação como uma justificativa para não conceder o devido reajuste salarial. “É importante esclarecer que o vale alimentação não pode ser considerado salário, pois não gera efeitos futuros como o cálculo do FGTS, seguro-desemprego, férias, 13o salário e demais verbas rescisórias. O valor do vale alimentação, que representa um acumulado ao longo de 30 anos, foi uma conquista dos trabalhadores, fruto da luta incansável do sindicato”, diz a nota.
As entidades de Base da UFMG, juntamente com o DCE, também divulgaram nota em apoio à greve. Conforme carta divulgada em redes sociais do movimento estudantil, “a reitoria tem se negado a dialogar com esses trabalhadores, negando reuniões por meses e fez uma contraproposta insuficiente diante das reivindicações que levam atualmente a necessidade da greve”. Entretanto, os funcionários dos RUs “seguiram trabalhando com baixos salários e submetidos a condições precárias, com um ambiente insalubre, quente e sobrecarga devido ao quadro de funcionários insuficiente”, afirmam.
Além disso, as entidades estudantis alegam que a UFMG quer “aumentar em 60% o preço do bandejão para os discentes”, o que pode comprometer a permanência de estudantes em vulnerabilidade socioeconômica na universidade.
O BHAZ procurou a UFMG e a Fump e aguarda um posicionamento.
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