Após 4 meses no hospital, bebê que nasceu com 867 gramas passará o Dia das Mães em casa

10/05/2025 às 13h12
Felipe e família terão primeiro Dia das Mães em casa (Arquivo pessoal)

Sinônimo de infinito, o amor de mãe da auxiliar administrativa Queila Cristiane Sena, de 36 anos, teve de superar muitos números. Em dezembro do ano passado, ela deu à luz o pequeno Felipe, prematuro extremo que nasceu com apenas 28 semanas de gestação. Após quatro meses internado em Belo Horizonte, o bebê poderá curtir, com a família, o primeiro Dia das Mães em casa.

Nascido de parto cesariana, Felipe veio ao mundo com 867 gramas e 34 centímetros. Sua chegada foi complicada, em função do quadro de pré-eclâmpsia grave de Queila, que evoluiu para a síndrome de Hellp. A condição pode levar à morte tanto a gestante quanto a criança em casos mais agudos. Parido, Felipe permaneceu sob auxílio de ventilação mecânica na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Júlia Kubitschek por dois meses.

Nesse período, o bebê desenvolveu infecção por quatro vezes, apresentou hemorragia cerebral e foi operado para corrigir uma obstrução formada na passagem entre o abdômen e a pelve. A luta durou cerca de 128 dias. Em 22 de abril deste ano, Felipe foi para casa conhecer o irmão Arthur, de nove anos, e o próprio berço, pesando cerca de 4kg e com “pinta de galã mirim”.

“Quando o vi pela primeira vez, foi uma mistura de gratidão por ele estar vivo, amor e medo por ser tão pequeno, com aquele tanto de aparelhos em volta. Pedi muito a Deus que me permitisse cuidar dele e ver ele crescer. Tê-lo em casa, no Dia das Mães, e ter minha família reunida novamente, foi o melhor presente que eu poderia receber”, celebra a mãe.

Agradecimentos

Tão grande quanto o amor pelo filho, é a gratidão de Queila pelos profissionais do Júlia Kubitschek. São “infinitos obrigados à equipe do hospital, infinitas lágrimas de felicidade e muitos sorrisos”, diz.

Segundo ela, os primeiros sinais de que havia algo de incomum na gestação apareceram em 3 de dezembro de 2024. Inicialmente, Queila atribuiu o mal-estar “à dor da gravidez” e não buscou ajuda. Uma semana após, o incômodo voltou mais forte. No dia seguinte, ela deu entrada no hospital, onde permaneceu até a alta de Felipe.

“O atendimento no hospital, tanto a mim quanto ao meu filho, foram excepcionais. Todos os profissionais foram competentes, atenciosos e humanos. Sempre preocupados se estávamos bem, se precisávamos de alguma coisa. Conversavam com o Felipe como se ele fosse responder, me consolavam, me davam força quando eu não estava bem”, relembra.

Coordenadora da UTI neonatal do Júlia Kubitschek, Clarisse Souza reforça o papel da unidade como referência no tratamento de gestações de alto risco. “A equipe da UTI neonatal trabalha para que todas as mães tenham a mesma alegria da Queila e um caminho de sucesso como o do Felipe”, destaca.

Thiago Cândido

Jornalista pela UFMG. Repórter no BHAZ desde 2023. Participou de reportagem vencedora do Prêmio CDL/BH de Jornalismo 2024.

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