Juíza ouve crianças vítimas em processo de abuso em escolinha da Pampulha

Fotos postadas nas redes sociais do Cube Progresso (Reprodução/Facebook)

Com TJMG

A juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, titular da Vara Especializada em Crimes contra a Criança e o Adolescente, ouviu nesta terça-feira (19) cinco das oito vítimas que relataram ter sofrido abuso em uma escola de futebol. Elas apontaram um professor como o autor dos abusos. A escola funciona dentro de um clube na região da Pampulha, em Belo Horizonte.

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Os depoimentos foram colhidos por uma psicóloga judicial na sala de depoimento especial e transmitidos por meio de sistema de vídeo à sala de audiência onde estavam a juíza, a promotora de justiça e dois defensores do acusado.

De acordo com a denúncia, uma das crianças disse à mãe que não queria mais frequentar a escolinha, porque não suportava mais as investidas do instrutor. Ela procurou a mãe de outro aluno e este contou que os fatos também ocorriam com ele.

Outros três alunos também acusaram o professor, revelando detalhes semelhantes de como e onde os abusos ocorriam. Eles relataram que o professor pedia ajuda para pegar material de treino em um escritório próximo ao vestiário, onde os abusos ocorriam.

Foram ouvidos um adolescente de 15 anos, um menino de 10, dois de 11 e uma menina de 12.

Denúncias

Os depoimentos desta semana confirmam as denúncias iniciais das crianças. O primeiro a relatar os abusos aos policiais havia sido um menino de 10 anos. Segundo a vítima, ele frequentava a escolinha desde o fim do ano passado e os abusos contra ele teriam ocorrido a partir do mês de abril deste ano.

O garoto contou aos militares que o treinador mandava o time todo ir para o campo de treino, menos ele, para que ficassem sozinhos. Ele relata que, no início, o treinador passava a mão em suas partes íntimas. Com o tempo, as violências foram tomando maiores proporções e ele acabou estuprado.

No segundo caso, a vítima foi um menino de 11 anos, que também treinava na escola desde o final de 2018. Ele contou aos policiais que, em março deste ano, foi trocar de roupa no vestiário quando foi surpreendido pelo treinador. O professor de futebol teria assediado a vítima, dizendo que o menino “tinha um bundão”.

No mês de abril, o professor deu um tapa nas nádegas dele. E relata também que flagrou o homem com outro aluno da escolinha no vestiário, sem short.

O caso mais grave relatado aos militares envolve um adolescente de 15 anos, que já treina no clube há mais de um ano. Ele contou que tudo começou em setembro do ano passado, em tom de brincadeira. Na época, o treinador começou a passar a mão em suas nádegas e partes íntimas, por cima da roupa.

O menino conta ainda que, por diversas vezes, o técnico pediu para praticar sexo com ele. O garoto negou o ato, mas não foi o suficiente para dar fim aos abusos. Em agosto deste ano, o professor levou o menino de 15 anos para uma área de mata do clube e colocou vídeos pornográficos para o garoto assistir.

Em determinado momento, o homem aproveitou que estava sozinho com o adolescente e o estuprou. A vítima contou aos militares que o treinador deu a ele R$5 após o abuso.

Por fim, a quarta denúncia contra o homem vem de outro menino de 11 anos, que treina na escola há três meses. Ele relatou que, no mês de junho, o professor pediu a ele para chegar mais cedo ao treinamento e o chamou para um chalé, onde o professor ficava.

No local, o homem colocou vídeos pornográficos para o garoto assistir e depois pediu a ele que tirasse a bermuda. O menino negou, mas o treinador ignorou o e colocou as mãos por dentro da roupa da criança.

Em outra ocasião, o garoto estava dobrando os coletes de treinamento com o corpo levemente inclinado para frente e o técnico chegou pelas suas costas e esfregou o pênis em suas nádegas. O garoto também contou que o professor lhe dava quantias entre R$5 e R$10. Ele pediu ao menino para não contar os abusos aos pais pois poderia “acabar com a escola de futebol”.

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