Rumores sobre uma ameaça de chacina na PUC Minas se espalharam nos últimos dias deixando alunos do campus Coração Eucarístico, na região Noroeste de BH, assustados. Mensagens que viralizaram dão conta de que um aluno afastado da universidade por má conduta sexual teria “prometido” um ataque na instituição. Após a repercussão, a PUC se limitou a informar que tratam-se de “informações infundadas”.
Nos prints e mensagens que viralizaram, alunos afirmam que o estudante, supostamente do curso de Letras, teria sido expulso após uma série de importunações sexuais e prometido um ataque na universidade. Há também fotos de um “manual de segurança” distribuído pela PUC em parceria com a Polícia Militar. Imagens de um rapaz que seria o suposto autor das ameaças também circulam pelo WhatsApp.
Em nota enviada ao BHAZ, a Polícia Civil informou que o homem apontado como assediador registrou um boletim de ocorrência ao descobrir que fotos dele têm sido compartilhadas entre os alunos da universidade. Nas mensagens, são atribuídas a ele a autoria de casos de assédio sexual, apologia ao nazismo e ameaça de chacina na faculdade.
“Sobre uma suposta ameaça de massacre na universidade, na capital, a PCMG informa que, em consulta ao sistema policial, não foi localizado, até o momento, o devido registro de ocorrência sobre o fato. A PCMG orienta que possíveis vítimas e/ou testemunhas compareçam à unidade policial mais próxima de sua residência para o devido registro para que todas as medidas legais cabíveis sejam adotadas”, orientou a polícia.
Reforço na segurança
Alunos ouvidos pelo BHAZ revelaram preocupação com o aumento da presença de seguranças em áreas antes não supervisionadas do campus, como na porta do DCE (Diretório Central dos Estudantes) e em áreas de convivência perto de alguns prédios.
Na noite dessa quarta-feira (22), após a repercussão do suposto ataque entre os alunos, a PUC Minas publicou uma nota desmentindo a suposta ameaça de chacina e pedindo responsabilidade por parte dos alunos. O BHAZ questionou a universidade sobre a expulsão do estudante e eventual suspensão das aulas diante da ameaça, mas a universidade retornou com a mesma nota divulgada nas redes sociais (veja abaixo).
Importunação sexual e expulsão
Segundo os relatos, as ameaças começaram após o estudante, que seria um rapaz branco, de cabelos escuros e pouco mais de 30 anos, ser afastado pela PUC Minas. Áudios apontam que ele teria praticado importunação sexual contra colegas e até enviado imagens impróprias na plataforma de aulas online da universidade.
Outras mensagens de texto afirmam que o rapaz também ameaçou alunos de morte e tem perseguido algumas pessoas, além de protagonizar tentativas de agressão.
“Tá rolando uns boatos de que tem um ex-aluno que foi expulso semana passada por assédio falando que ele tá planejando uma chacina no prédio de direito. Falaram que o cara é louco e nazista”, dizem as mensagens em um dos prints que viralizaram.
Com a repercussão, as redes foram tomadas por relatos de pessoas que afirmam conhecer o suposto autor das ameaças e o descrevem como uma pessoa instável. Alunos do curso de direito, cujo prédio seria o provável alvo do ataque, se mostraram preocupados com a possibilidade de algum ato violento acontecer.
Uma mensagem encaminhada por um dos coordenadores de curso da universidade pede tranquilidade aos estudantes e afirma que a PUC está “apurando os fatos”.
Questionada, a PUC Minas não comentou sobre a suposta expulsão e casos de assédio e importunação sexual.
O que diz a PUC?
No perfil oficial do Instagram, a PUC Minas emitiu uma nota desmentindo o que classificou como “informações infundadas” sobre a suposta “chacina” na PUC Minas. A universidade pediu que as pessoas não alimentem “ondas de informações falsas distribuídas, por má fé, nas redes sociais”.
Leia a nota na íntegra abaixo:
Nota da Polícia Civil
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que um aluno da instituição de ensino, localizada no Coração Eucarístico, registrou uma ocorrência hoje (23/3), alegando que tomou conhecimento que uma foto sua estaria circulando em vários grupos de estudantes, sendo atribuída a ele a autoria de casos de assédio sexual, apologia ao nazismo e ameaça de chacina na faculdade. A PCMG esclarece que apura este fato.
Sobre uma suposta ameaça de massacre na universidade, na capital, a PCMG informa que, em consulta ao sistema policial, não foi localizado, até o momento, o devido registro de ocorrência sobre o fato. A PCMG orienta que possíveis vítimas e/ou testemunhas compareçam à unidade policial mais próxima de sua residência para o devido registro para que todas as medidas legais cabíveis sejam adotadas.