A Justiça de Minas Gerais começa a ouvir nesta quinta-feira (16) testemunhas do caso da morte de Ana Luiza Silva Gomes, morta aos 12 anos em Belo Horizonte. O corpo da garota foi encontrado no meio da rua, na região Nordeste da cidade, em janeiro deste ano.
A audiência ocorrerá no 2º Tribunal do Júri Sumariante, localizado na avenida Augusto de Lima, no Barro Preto, região Centro-Sul da capital mineira. O acusado vai acompanhar o processo do presídio, por meio de chamada de vídeo.
O homem foi indiciado por estupro de vulnerável pela Polícia Civil. De acordo com as investigações, ele matou a menina asfixiada. O suspeito teria comprimido o tórax da garota e não prestou socorro à vítima.
De acordo com o Tribunal de Justiça, 13 testemunhas de acusação foram convocadas para prestar depoimento. Já as testemunhas da defesa deverão ser ouvidas em outra ocasião. O réu prestará depoimento depois que todas as testemunhas forem chamadas.
O crime
O corpo de Ana Luiza Silva Gomes foi encontrado no dia 16 de janeiro em uma rua do bairro Bela Vitória, na região Nordeste de Belo Horizonte. Imagens de câmeras de segurança flagraram o momento em que o homem deixa a criança na calçada.
Investigação da Polícia Civil concluiu que o autor levou a menina para casa com a intenção de cometer o estupro. “Ficou comprovado, primeiro, que houve conjunção carnal e foi encontrado material no corpo da vítima. Esse material é o mesmo do DNA do investigado. Então foi o investigado que estuprou a vítima”, confirma o delegado Leandro Alves Santos.
O inquérito também apontou que, além de assumir o risco de matar a menina, o homem não se propõe em momento nenhum a prestar socorro. Isso descarta o indiciamento por homicídio culposo. O relatório final aponta ainda que se a vítima tivesse sido atendida após o crime acontecer, a possibilidade de ela ser reanimada era muito grande.
Versão do autor
Aos policiais, o autor disse que estava em um campo de futebol do bairro Nazará quando teria encontrado a menina inalando uma substância ilícita. Segundo ele, a criança pediu água, pois disse que estava passando mal, ele a convidou para ir até a casa dele.
Ao chegar lá, ele disse que menina continuou inalando a substância e começou a passar mal. O jovem diz que saiu com a menina e acionou o Samu. Ele conta, ainda, que teria recebido ajuda de um homem que passava na rua.
Segundo a Polícia Militar, a versão apresentada por ele não condiz, inicialmente, com as imagens registradas pela câmera de segurança. O autor foi preso por homicídio. Na casa dele, foram encontrados pinos de cocaína e um preservativo usado.
Ele já possui passagens policiais pelos crimes de tráfico, furto e estupro.