Assalto a lojas em BH: os dois lados das estatísticas oficiais

Yuran Khan/Bhaz

Números divulgados pela Secretaria de Defesa Social  (Sedes) mostram que as ocorrências de roubos a estabelecimentos comerciais caíram 27,5% no Estado nos oito primeiros meses de 2017, o que significa 3.726 ocorrências a menos. De janeiro a agosto deste ano foram 9.780 registros contra 13.506 no mesmo período de 2016.  Em Belo Horizonte, o relatório mostrou uma diminuição desta modalidade em 31,9%, com 1.859 registros este ano, contra 2.730 em 2016. A redução nas estatísticas de roubos a estabelecimentos comerciais acompanha a tendência dos roubos em geral.

Segundo o  vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Belo Horizonte, Marco Antônio Caspar,  os números refletem de fato uma diminuição no casos de roubos no comércio, percebida pelos comerciantes, mas há exceções. “Da rede de comerciantes protegidos da Savassi, da qual faço parte, acredito que a queda tenha sido até maior. Mas em outras regiões, como a do Centro, tivemos um caminho contrário devido à presença de ambulantes/camelôs e de  muitos moradores de rua, que trazem insegurança maior. No centro, inclusive eu acredito que não houve queda”, afirma Caspas.

Segundo ele, os dados divulgados pelo governo mostram a média estadual e a local, e, no caso da capital, os números das regiões com aumento do número de ocorrência acabam diluídos. Em BH, Caspar chega a dizer que há casos de pessoas que se disfarçam de morador de rua para praticar o delito contra o comércio. “Eu também acredito que há muita subnotificação destes crimes, pois muitos comerciantes preferem não acionar a PM, já que nem têm seguro”, completa.

Segundo ele, as redes de proteção entre comerciantes e a Polícia Militar estão em diversas aéreas comerciais da cidade. A rede da Savassi foi criada em outubro de 2014. A rede do Barreiro foi implantada no primeiro semestre deste ano. Há também as do Barro Preto e a de Venda Nova, que já existem há mais tempo. Por essas redes de proteção, o grupo de comerciantes fica atento a qualquer movimentação estranha e, notando algo diferente, por meio de grupos de WhatApp, comunica o fato imediatamente à Polícia Militar, que se movimenta de forma mais assertiva para inibir a ação dos possíveis ladrões ou até realizar a prisão dos envolvidos.

Presença ostensiva

Para o secretário de Estado de Segurança Pública, Sérgio Barboza Menezes, a queda expressiva dos índices de crimes contra o patrimônio em geral tem relação com novas estratégias desenvolvidas, como a maior presença e ostensividade policial nas ruas. Ele cita, como exemplos, as áreas comerciais de bairros da Capital, como o Buritis, ou de cidades do interior, como Santa Luzia que, ao longo de 2017, passaram a conviver com mais policiais nas ruas, em dias e horários diferentes.

A maior presença da policia acontece desde o início do ano e foi aumentada, ao final de agosto. Desde então, nenhum morador da capital fica, segundo ele, a mais de quatro quilômetros de um ponto fixo da PM.  Para o Comandante Geral da Polícia Militar, coronel Helbert Figueiró de Lourdes “os resultados positivos são consequência da adoção de diversas estratégias, focadas na prevenção e repressão criminal, aliadas a medidas internas de reestruturação da corporação”, explica.

Já o superintendente de Investigação e Polícia Judiciária, delegado Márcio Lobato, complementa destacando que houve uma mudança no foco das ações da Polícia Civil, o que culminou em um resultado positivo para a sociedade. “A Polícia Civil vem intensificando suas ações, coordenando informações e trabalhando com técnicas investigativas avançadas de inteligência para coibir os crimes patrimoniais, que são graves e atingem diretamente à população”.

Redação Bhaz, com Agência Minas

 

Jefferson Lorentz

Jeff Lorentz é jornalista e trabalhou como repórter de pautas especiais para o portal Bhaz.

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