O Clube Atlético Mineiro informou nesta quinta-feira (22) que excluiu do quadro de sócios o responsável pelo torcedor que fez gestos racistas no jogo contra o San Lorenzo pela Copa Libertadores. A ação foi filmada e divulgada nas redes sociais na última terça-feira (20).
Segundo o clube, o jovem visto nas imagens é menor de idade. Por isso, as punições administrativas foram endereçadas ao responsável legal do rapaz, que também estava presente no estádio no momento das ofensas.
“O responsável legal pelo menor foi excluído do quadro de sócios do Galo Na Veia, conforme prevê o Regulamento do Programa, e também fica proibido de frequentar a Arena MRV pelo prazo de 180 dias, de acordo com o Regulamento de Uso do Estádio”, diz o clube em comunicado.
“O Galo não admite de forma nenhuma condutas como essa. Vamos torcer sempre com respeito”, finaliza o texto.
MP investiga caso
O procurador geral de Justiça de Minas Gerais, Jarbas Soares, determinou que a Promotoria de Direitos Humanos investigue os atos, considerados racistas, praticados por um torcedor do Atlético nas arquibancadas da Arena MRV no jogo contra o San Lorenzo pela Copa Libertadores. Imagens mostram o torcedor coçando as axilas, em gestos que remetem a um macaco.
Em nota publicada nas redes sociais pessoais, o procurador afirma que “esse ato ofende a história do Atlético, marcada pelo preto e branco da sua camisa, as cores que unem todas as raças”. Além da Promotoria de Direitos Humanos, o procurador solicitou a atuação da Coordenadoria de Combate ao Racismo e Todas as Outras Formas de Discriminação e do Observatório da Democracia do Ministério Público.
Na partida contra o San Lorenzo, pelas oitavas de final da Copa Libertadores, torcidas organizadas do Atlético fizeram um mosaico na arquibancada exatamente para combater o racismo no futebol. Em meio ao escudo do clube, a frase: “Não ao racismo” escrita em inglês.
O mosaico visava combater os repetidos atos racistas de torcedores argentinos em jogos contra brasileiros. Na partida de ida da Copa Libertadores, torcedores do San Lorenzo imitaram macacos no jogo contra o Galo, que cobrou da Conmebol, entidade esportiva sulamericana, resposta as ações. “A luta contra o racismo é permanente e o Galo não pode se calar diante dos diversos episódios”, escreveu o clube nas redes sociais.
Após o ato do torcedor do Galo, o secretário geral do San Lorenzo, Pablo Garcia largo, questionou o Atlético e cobrou punição. “Isto não é racismo? Esperamos o mesmo tratamento e as mesmas punições que já impuseram ao clube do qual sou secretário”, disse o dirigente.