Bairros mais pobres de BH registram mais internações por Covid-19

cidade
Já são mais de 100 mortes de crianças por Covid-19 em MG (Amanda Dias/BHAZ)

Os bairros mais pobres de Belo Horizonte concentram a maior parte das internações de crianças por Covid-19. Segundo o boletim InfoCOVID, os casos ocorrem com maior frequência em diversas regionais da cidade, mas com foco nas áreas de maior vulnerabilidade social. Ao todo, o estado de Minas Gerais já acumula 101 óbitos de crianças por Covid-19.

A publicação do Observatório de Saúde Urbana de Belo Horizonte destacou o maior impacto da Covid em grupos mais pobres. Na população de 0 a 11 anos, as internações aconteceram com maior frequência nas proximidades dos bairros Ribeiro de Abreu (regional Nordeste), Pedreira Prado Lopes (regional Noroeste), Alto Vera Cruz (regional Leste), Aglomerado da Serra (regional Centro Sul), Morro das Pedras e Cabana Pai Tomás (regional Oeste) e Distrito Industrial do Jatobá (regional Barreiro).

“De modo geral, a distribuição espacial das internações por Covid-19 em Belo Horizonte continua a apresentar maior preocupação nas áreas mais vulneráveis da cidade, especialmente quando avaliamos as internações infantis, cuja proporção no banco de internados cresceu no final de 2021. Esses são indicativos que reforçam a necessidade de uma atenção especial para essas áreas, especialmente na campanha de vacinação infantil”, detalha o comunicado.

(Reprodução/Boletim InfoCOVID)

Covid mais grave para os mais pobres

O informe elaborado pela Faculdade de Medicina da UFMG, publicado desde junho de 2020, ressalta em todas as edições que os impactos da Covid é maior em grupos mais desamparados. “O risco de adoecer e morrer ocorreu de maneira heterogênea em que grupos socialmente mais vulneráveis foram os que mais sofreram o impacto da pandemia”, declara.

O Observatório de Saúde Urbana, da Faculdade, destaca também que o problema da desigualdade social deve ser foco de políticas públicas em todo o país. “Pelas análises espaciais sistematicamente realizadas pela equipe do InfoCOVID e reforçadas nessa edição, descortina-se novamente o impacto do viver e morar nas áreas mais vulneráveis da cidade, sobretudo para as crianças e adolescentes urbanos”, acrescenta o grupo.

100 óbitos de crianças em MG

Segundo o boletim da Secretaria de Estado de Saúde, desta quinta-feira (17), já são 101 óbitos entre a população de 0 a 9 anos. Só em 2022 foram 23 mortes nessa faixa etária. Em Belo Horizonte foram 11 vítimas da doença entre as crianças, de acordo com o boletim epidemiológico de quarta-feira (16).

Para o Observatório de Saúde Urbana de BH, é importante redobrar a atenção para a vacinação infantil, principalmente considerando o receio de alguns pais em levar os filhos para serem imunizados. “Atualmente, mesmo à luz de estudos comprovados da segurança e eficácia da vacina para crianças de 0 a 4 anos, aguardamos as instâncias governamentais darem voz aos especialistas para que a vacina chegue em tempo hábil para esse grupo de pequenos”, informa.

“Também se faz premente a necessidade de um amplo estímulo da vacinação com campanhas informativas, visitas dos Agentes Comunitários de Saúde/Equipes de Saúde da Família aos domicílios, informando responsáveis, crianças e adolescentes, pois a Covid-19, não é, comprovadamente, inócua para esse grupo etário”, orienta, no InfoCOVID.

Edição: Roberth Costa
Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!