Bares e restaurantes de BH esperam alta de até 90% no faturamento de dezembro em relação a 2020

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As bebidas alcoólicas representam mais de 50% do faturamento dos estabelecimentos, segundo presidente da Abrasel (Arquivo/Agência Brasil)

Dezembro já bate na porta e com ele a expectativa de um fim de ano bem melhor para o setor de bares e restaurantes. A perspectiva da Abrasel-MG (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais) é que essas festas aumentem o faturamento do setor em até 90% neste último mês de 2021 em comparação ao mesmo período do ano passado. Há, inclusive, contratação de mão de obra para atender a demanda (vagas disponíveis aqui).

Segundo o presidente da entidade, Matheus Daniel, o crescimento exponencial pode ser explicado pelo fato de que em dezembro de 2020, além da vacina ainda não ter chegado ao braço dos brasileiros, a PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) havia proibido a venda de bebidas alcoólicas na cidade, logo no início do mês. As casas estavam com estoques cheios e a proibição inviabilizou qualquer comemoração nos estabelecimentos, causando enorme prejuízo.

“As bebidas alcoólicas representam mais de 50% do faturamento dos estabelecimentos. Sem elas, fica impossível falar em festa de confraternização. Dezembro de 2021 será, de fato, um renascimento para nós”, pontua.

Outro fator que, segundo o dirigente, favorece os eventos de fim de ano nos bares e restaurantes da capital mineira é que, agora, os protocolos estão mais flexíveis. Sem a distância de um metro entre as mesas e o fim do limite de até oito pessoas em cada uma delas, o que libera a capacidade total de ocupação das casas, o final de ano do setor promete ser melhor.

“Todas [as casas], por sinal, estão se preparando para este período, sobretudo, com bastante segurança, pois entendemos que ele será crucial para ajudar na recuperação ou darmos fôlego para o caixa tão atingido há mais de um ano e meio. A preparação inclui, até mesmo, contratação de mão de obra para atender a demanda represada, que anseia por uma celebração de fim de ano ao lado dos amigos e colegas”, destaca Matheus.

Aumento no número de funcionários

Prova disso é que uma recente pesquisa da Abrasel, feita entre 14 e 27 de setembro, com 178 empresários do setor no Estado, revelou que 30% deles pretendem aumentar o quadro de funcionários, principalmente com a proximidade das festas corporativas.

É o caso do proprietário do restaurante Gastrô Hub, no Serra, região Centro-Sul de BH, Roberto Zen Qhiu, que está com quatro vagas abertas na equipe para atender as confraternizações do fim de ano. “Já estamos recebendo um aumento de 30% nos pedidos de orçamento para comemorações de dezembro em relação aos meses anteriores. A vacinação, acredito, tem sido fundamental para trazer essa confiança de volta para a população”.

Ainda segundo o empresário, o fato de o restaurante ter uma varanda ampla, o que é recomendado para prevenir a contaminação pela Covid-19 em locais com muitas pessoas, pode influenciar na escolha dos clientes pela casa. “Hoje, muitos dos que optam por confraternizar aqui, levam em consideração o nosso espaço, que é bem arejado e permite o distanciamento”.

Quem também está recrutando profissionais por acreditar no crescimento da procura para as confraternizações é o sócio da Panorama Pizzaria, Lucas Brandão. A casa, no bairro Floresta, região Leste da capital, conta com dois colaboradores fixos – um pizzaiolo e um garçom – e pretende dobrar o quadro antes do início de dezembro.

Crescimento de 50% em relação a 2022

Já a estratégia de Fabrício Lana, à frente da churrascaria Boi Vitório, no Mangabeiras, região Centro-Sul de BH, é investir em pacotes personalizados, que se adequem às preferências do cliente na hora de escolher o local onde irá confraternizar. A casa espera um crescimento de cerca de 50% no faturamento de dezembro em relação ao mesmo mês de 2020.

“Como todos os bares e restaurantes da cidade vão querer faturar bastante nesta época, terá diferencial competitivo aqueles que oferecerem um bom preço e planos adequados à realidade do consumidor. Se ele preferir, por exemplo, um pacote com ou sem bebida alcoólica, apenas com petiscos ou menu completo, nós faremos. Seja o que for, nós faremos. Tudo vai depender das preferências de quem contrata os serviços”, explica.

O diretor de Operações da marca La Vinicola, Marcelo Correa, é ainda mais otimista. Ele acredita que o faturamento de dezembro da rede será maior, inclusive, que o mesmo período de 2019, quando nem havia uma pandemia.

“Em 2019, fechamos contrato com cerca de 10 a 15 empresas para confraternizações em cada uma das três unidades que tínhamos na época [Lourdes, Buritis e Vila da Serra]. Atualmente nossa estimativa é de um crescimento de 15 a 20% nessa demanda, que não vê a hora de poder comemorar. Isso sem falar dos orçamentos que esperamos para as nossas unidades abertas durante a era Covid, na Praça da Savassi, Mirante Topo do Mundo, em Brumadinho, e mais recentemente o La Vinicola Wine & Coffee, no Pátio Savassi”.

Para atender os pedidos que já começam a chegar, Correa também vai reforçar a equipe. Nas seis lojas da rede em Belo Horizonte e região metropolitana estão previstas a contratação de 10 profissionais para a cozinha e atendimento.

Edição: Vitor Fernandes

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