Uma bebê de 1 ano e 8 meses e um homem, de 35, morreram após dois prédios desabarem no bairro Jaqueline, na região Norte de Belo Horizonte, na madrugada desta terça-feira (7). Três pessoas foram resgatadas com vida e encaminhadas para unidades de saúde. A causa dos desabamentos ainda é desconhecida. Segundo o Corpo de Bombeiros, a construção era irregular (leia abaixo).
A corporação foi acionada até a rua Gonçalo de Souza Barros, por volta de 0h28. As informações preliminares indicam cinco vítimas, sendo que duas tiveram óbito constatado.
Os trabalhos de retiradas dos escombros prosseguem e não está descartada a possibilidade de mais vítimas serem encontradas. A ocorrência mobiliza 13 viaturas dos bombeiros, incluindo uma equipe com cães. As polícias Militar e Civil, além do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) também estão empenhadas.
A causa do desabamento é desconhecida e os trabalhos de investigação vão ser conduzidos pela Polícia Civil. No momento em que tudo aconteceu não havia registro de chuva.
Vistorias
A Defesa Civil de Belo Horizonte informou que dois imóveis desabaram. O de quatro andares totalmente, e um outro teve dois dos três andares colapsados. Este último está com o térreo interditado devido ao risco alto de desabamento.
Duas casas também foram vistoriadas pelo órgão municipal. Em um dos lotes há três moradias do mesmo núcleo familiar.
A Defesa Civil notificou para que os dormitórios de uma delas tenha isolamento preventivo, uma outra está dentro da margem de segurança, e a última está desocupada e foi atingida por escombros. A orientação é para manter isolamento.
O muro de divisa da casa de outro vizinho também foi atingido e teve constatado desabamento parcial. Os responsáveis foram orientados a adotar medidas de mitigação, limpeza, reconstrução e não expor a vida deles e nem de terceiros a riscos.
Mãe constatou a morte da filha
Durante a tarde desta terça-feira (7), o tenente e porta-voz do Corpo de Bombeiros, Pedro Aihara, forneceu atualizações sobre a operação de resgate das vítimas. Segundo ele, no prédio de três andares, haviam sete pessoas no momento do desabamento.
“Dessas, quatro estavam nos andares inferiores e três pessoas estavam no andar superior. Essas três foram mais afetadas. Quando os primeiros ruídos da estrutura aconteceram, um casal de aproximadamente 50 anos conseguiu sair. Uma adolescente de 13 e uma jovem de 19 anos foram afetadas, mas já foram conduzidas para o hospital”, disse.
Também no hospital, sobrevivente à queda, está a mãe da criança de 1 ano e 8 meses, que faleceu após o impacto. Segundo Aihara, foi a mulher que notificou os socorristas que a criança havia falecido.
“Com cerca de 40 minutos a gente já tinha comunicação com a vítima e, desde o primeiro momento, a própria vitima relatava que ela já não estava mais sentindo a sua filha, nem a respiração nem o batimentos cardíacos”, conta.
Construção era irregular
Já a segunda vítima era padrasto da sobrevivente e seu resgate demandou cerca de quatro horas de trabalhos. “A gente teve que tirar uma quantidade muito grande de escombros e de terra. O óbito foi constatado pelo médico do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e o corpo dele já foi encaminhado para Polícia Civil fazer o trabalho pericial”, disse o tenente.
Ainda de acordo com o porta-voz da corporação, no momento do desabamento não estava chovendo, mas a equipe não descarta os impactos das chuvas de ontem (6) na deterioração da estrutura. Análise feita por técnicos da PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) também constataram que a construção do imóvel era irregular.
“O que foi avaliado no local, segundo avaliação dos técnicos da prefeitura da regional Norte, é que essa obra não tinha acompanhamento técnico, o que certamente contribui de uma forma mais decisiva para que esse colapso acontecesse”, explicou.