As prefeituras de Belo Horizonte e de Contagem, em conjunto com a Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), vão assinar amanhã (7) um acordo para a realização de obras e ações para “colocar fim” ao despejo de esgoto na Lagoa da Pampulha. O prefeito de BH, Fuad Noman (PSD), anunciou o acordo nesta quarta-feira (6).
Serão realizadas mais de 800 obras, detalhadas em um minucioso plano de ação, jamais realizado, para atingirmos a marca de ESGOTO ZERO na Lagoa da Pampulha. A defesa dos símbolos e do meio ambiente da nossa cidade será sempre prioridade na minha gestão como prefeito.
— Fuad Noman (@fuadnoman) July 6, 2022
O acordo será assinado pelas três partes às 9h30, implementando o “Plano de Ação para Despoluição da Lagoa da Pampulha”. De acordo com a Prefeitura de Contagem, a previsão de implantação do plano é de cinco anos, e o total a ser investido pela Copasa corresponde a cerca de R$ 146,5 milhões.
O investimento, segundo a administração municipal, será utilizado em “manutenções e melhorias de natureza continuada, obras de expansão de rede e ligações previstas, além da quarta etapa do programa de despoluição”.
‘Sonho metropolitano’
Ao BHAZ, a prefeita de Contagem Marília Campos (PT) defende o papel estratégico da cidade no plano: isso porque a Lagoa da Pampulha tem uma área total de 98,4 Km², sendo 56% dessa área no município, e 44% em Belo Horizonte.
A prefeita aponta para as repercussões ambientais e sociais da implantação do acordo. “Estamos tendo a oportunidade de limpar os córregos e conduzir o esgoto para onde ele tem que ser conduzido, para as estações de tratamento”.
Marília Campos reforça que a lagoa recebeu, juntamente com o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, o título de patrimônio cultural da humanidade da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
“Ela voltar a ser um espaço não só de contemplação, mas de onde se possa praticar esporte, ter lazer, até pesca, é um sonho metropolitano. Contagem é estratégica nesse objetivo de devolver a lagoa ao povo mineiro”, diz.
Obras e ações
A Copasa vai apresentar amanhã o plano de ação que vem sendo construído desde 2021, em diálogo com os municípios. Ainda segundo a Prefeitura de Contagem, o objetivo é garantir a proteção dos cursos d’água, melhoria da qualidade da água da lagoa e das condições sanitárias.
O acordo prevê a continuidade das obras previstas pela Copasa para a 4ª Etapa de despoluição da bacia da Pampulha, com previsão de 800m de rede coletora e 1.290m de interceptores, além das ligações domiciliares nas vias a serem atendidas.
Conforme o acordo, as prefeituras e a Copasa devem realizar ações junto a cada moradia para promover a ligação de esgoto nas áreas que já dispõem de rede coletora, mas que não estão conectados a ela.
“Muito do esgoto é jogado diretamente nos córregos, nem passa por interceptores, e temos muitas famílias que moram na beira desses córregos. Temos tanto o problema das ligações que não estão conectadas [à rede coletora], o que depende de fiscalização, e das pessoas que nem conexão têm ainda”, explica Marília Campos.
“A Lagoa da Pampulha é uma bacia. Se não houver solução para a bacia que passa pela cidade, não adianta ficar gastando dinheiro limpando a lagoa. Precisamos de uma solução para os córregos de Contagem”, finaliza a prefeita.
A meta é que 9,7 mil novas ligações sejam construídas, sendo que a maior parte dos trabalhos será realizada em Contagem: são 7 mil ligações na cidade da região metropolitana, e 2,7 mil em Belo Horizonte.