BH e mais 200 cidades do Brasil terão ato contra chacina no Jacarezinho

Vidas Negras Importam protesto
Mobilização também tem “Fora Bolsonaro” como uma das bandeiras (Reprodução/Coalizão Negra por Direitos)

Protestos foram convocados em todo o Brasil, nesta quinta-feira (13), contra o extermínio da juventude negra, pelo auxílio emergencial de R$ 600, pela vacinação da população, e como uma forma de denúncia do massacre de Jacarezinho. Em Belo Horizonte, o ato está previsto para ocorrer na Praça Afonso Arino, no Centro da capital, a partir das 17h.

A Coalizão Negra pelos Direitos, um grupo que reúne entidades do movimento negro de todo país, foi responsável por convocar o ato nacionalmente. A manifestação faz parte da Jornada Nacional de Combate ao Racismo, que está acontecendo durante esta semana, em todo o país, e tem como objetivo intensificar o debate sobre as condições de vida da população negra e as desigualdades raciais no Brasil e no mundo.

De acordo com o membro da Coalizão e presidente da Unegro, Alexandre Braga, o ato também envolve a doação de cestas básicas na parte da manhã. “Nós vamos distribuir mais de 6 mil cestas pelo Brasil, doadas pelo Carrefour, para demarcar a luta da fome nas periferias e na favela”, conta. Na capital mineira, a distribuição vai acontecer às 10h, no bairro Alto Vera Cruz, na região Leste da cidade.

“Depois, no final da tarde, vai ser o ato propriamente dito. Aí, todas as entidades dos movimentos sociais, partidos de esquerda, Frente Brasil Popular de Minas, Frente Povo sem Medo e movimentos negros vão estar presente”, diz. Nacionalmente, o ato está sendo organizado pela Coalizão, assim como a Frente Nacional Antirracista, a Convergência Negra, e a Cufa (Central Única da Favela), que também está coordenando a distribuição de cestas básicas.

Como será a organização?

Na capital mineira, a concentração está marcada para a Praça Afonso Arino, às 17h. Depois, a manifestação vai seguir para a Praça Sete, no sentido Praça da Estação. “O horário de término depende do volume de pessoas. Ainda não sabemos a expectativa de público, mas a gente acredita que vai ter um volume grande de lideranças políticas, então não há uma previsão. Mas eu acredito que até às 19h, ainda vai estar acontecendo”, diz Alexandre.

O presidente da Unegro ainda reforça que qualquer pessoa pode participar da manifestação. “Essa atividade vai ser coordenada por todos os movimentos, partidos, movimentos de juventude, mulheres, não só de pessoas negras, mas geral, qualquer pessoa pode participar”. No entanto, ele conta que há apenas uma restrição: pessoas que fazem parte do grupo de risco.

“Nós estamos pedindo, para reforçar, que as pessoas que são do grupo prioritário não precisam ir, para evitar qualquer tipo de problema”. A organização também está orientando o público a levar máscara – se possível a PFF2 – e álcool gel, além de manter o distanciamento. “Nós também vamos distribuir algumas máscaras”, reforça.

O dia foi escolhido em alusão à abolição da escravidão no país. “O 13 de maio, no Brasil, nós usamos para denunciar essas amarras que o racismo deixou na sociedade brasileira, e que mesmo assim, 133 anos depois, a gente não conseguiu desamarrar. Ainda tem muita estrutura racista na nossa sociedade. O exemplo claro, além dessa violência policial nas favelas, é a dificuldade da juventude negra de arrumar emprego, em supermercados, lojas, bancos, por causa da aparência física, o que inclusive é um crime racial”.

Jornada Nacional de Combate ao Racismo

A mobilização faz parte da Jornada Nacional de Combate ao Racismo, organizada pela Coalizão Negra pelos Direitos, que está acontecendo em todo o país, desde ontem (11). O grupo tem uma agenda programada até o domingo, com reuniões virtuais, como um encontro com os governadores e vice-governadores do Nordeste.

Edição: Roberth Costa

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