As torcidas organizadas Galoucura e Máfia Azul protagonizaram mais uma briga generalizada na noite dessa segunda-feira (22). Desta vez, o conflito foi registrado na rua Camilo Flamarion, bairro Jardim Industrial, em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte.
De acordo com registro da Polícia Militar, o conflito teve disparos de armas de fogo e assustou moradores da região. Testemunhas relataram que um jogo da Galoucura ocorria na região, quando membros da Máfia Azul apareceram no local e partiram para cima da torcida rival com pedras e pauladas. A rua também ficou tomada por cacos de vidro arremessados durante a briga.
Vídeo publicado nas redes sociais mostra trecho do encontro entre as torcidas. Os homens são vistos se atacando com socos e pontapés.
Os militares encontraram ainda uma poça de sangue na região, mas verificaram que não havia registro de entrada nos hospitais da região.
A PM informou que segue realizando os trabalhos necessários para identificar os responsáveis.
Galoucura e Máfia Azul são banidas de jogos
As torcidas organizadas Galoucura e Máfia Azul foram banidas de jogos por dois anos. A informação foi divulgada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) em abril deste ano. A decisão ocorreu após um confronto entre os dois grupos resultar na morte de um homem.
A Galoucura, que retornou de punição de um ano, seguida de outra de três meses, em 2022 e 2023, está banida temporariamente até 4 de março de 2026. Já a Máfia Azul, que havia sido banida temporariamente até março de 2026, cumprirá o novo banimento entre 15 de março de 2026 e 15 de março de 2028.
As torcidas estão proibidas de frequentar estádios no território nacional e seus respectivos entornos nos dias de jogos, respeitando um raio de cinco mil metros, por analogia ao artigo 201, parágrafo 1º, inciso I, da Lei Geral do Esporte – Lei nº:14.597/23.
Os grupos também estão proibidos de utilizarem as respectivas sedes, sob pena de multa no valor de R$ 50 mil nos dias de jogos de Cruzeiro e Atlético.
Para o promotor de Justiça Fernando Ferreira Abreu, as desavenças entre as torcidas organizadas vem, ao longo dos anos, causando severos transtornos à ordem pública e insegurança à sociedade. Ele pontua ainda que os problemas persistem, mesmo diante de reiteradas punições administrativas aplicadas às comunidades.
“O problema, portanto, ultrapassa os limites da violência desportiva, necessitando de atuação estatal típica de combate à criminalidade organizada”, destaca.