Cadela foge de sítio após ‘foguetório’ da Copa do Mundo e família se mobiliza para encontrá-la

cachorrinha foge copa
A cadelinha fugiu de casa após se assustar com o barulho de fogos de artifício durante a partida entre Alemanha e Espanha pela Copa do Mundo (Arquivo pessoal)

Atualização às 12:49 do dia 29/11/2022 : A cadelinha Daisy foi encontrada e devolvida aos tutores na noite de segunda-feira (28).

Uma cadela da raça shitzu fugiu de casa nesse domingo (27) após se assustar com o barulho de fogos de artifício durante a partida entre Alemanha e Espanha pela Copa do Mundo do Catar. Ao BHAZ, a tutora Ruth Egg conta que a pequena Daisy, de dois anos, estava em um sítio no bairro Nacional, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, quando escapou.

“Minha mãe sempre leva nossos cachorrinhos e eles amam lá. Mas, na hora do jogo, teve foguetes e, como ela é bem magrinha, ela passa em qualquer buraco. Com o foguetório ela saiu correndo, perdida. Minha mãe olhou em toda a região, mas não conseguiu achar”, lamenta.

Ruth explica que a cadelinha sempre teve muito medo do barulho de fogos de artifício. Logo que ouve o estampido, Daisy tenta se esconder no local mais próximo para se sentir protegida.

“Quando ela fica em casa, ela treme muito, vai para o cantinho, para debaixo da cama. No sábado ela tava no sítio também, teve foguete, e ela foi esconder no banheiro, embaixo do chuveiro”, explica Ruth.

Como ajudar?

Daisy é uma shitzu branca, com pelos longos e, quando sumiu, não usava nenhuma coleira. Quem tiver informações sobre ela, basta entrar em contato com a tutora pelo número (31) 98879-5747.

“Dá uma dor no coração, ela é muito magrinha, muito frágil… só de pensar nessa chuva, em tudo, é muito triste”, lamenta Ruth Egg.

(Reprodução/Redes sociais)

Problemas com foguetes

O medo de fogos de artifício é algo comum entre os pets, como aconteceu com a cadela Daisy. Paula Mayer Costa, médica veterinária neurologista da UFMG, explica que o motivo por trás disso, é que o animal tem uma audição muito mais aguçada que a dos seres humanos.

“O barulho dos fogos desencadeia diversas alterações. O animal pode ter convulsões e problemas cardíacos, por exemplo. Eles ficam com muito medo, tentam se defender, sair daquele lugar que está com muito barulho. O primeiro instinto dele é fugir. Por isso, nesses momentos, não é recomendável abrir portas ou janelas da casa, para que o animal não saia”, explica ela, em entrevista ao BHAZ.

A recomendação básica é colocar tampões de algodão nos ouvidos dos animais, colocar faixas para protegê-los e música clássica para acalmá-los. “Tentar manter o ambiente o mais tranquilo possível, ficar perto deles nesse momento”, explica a médica veterinária.

Cuidados com os animais

Com base em estudos científicos, o CFMV (Conselho Federal de Medicina Veterinária) explica que já há comprovação científica dos danos irreversíveis para animais e seres humanos causados por artefatos pirotécnicos de efeito sonoro ruidoso e, por isso, recomenda-se a utilização de fogos visuais, que trazem luzes e cores e não produzem efeitos sonoros acima do volume recomendado. 

Em Belo Horizonte, uma lei que proíbe esse tipo de artifício foi sancionada pela prefeitura em setembro desse ano. Ao BHAZ, a administração municipal informou que a legislação será regulamentada em um prazo de 90 dias.

Além da persistência no uso de fogos com estampido durante as comemorações de jogos, as datas especiais de final de ano também são alvos dos estouros. Para evitar transtornos com a “barulheira”, o CFMV apresenta algumas dicas que podem ajudar os tutores minimizar os impactos negativos dos fogos nos seus animais. Confira:

  1. Mantenha seu animal identificado. Se ele fugir, tem maior chance de ser encontrado. Registre seu número de telefone e e-mail na coleira do animal. Pode bordar, colocar plaquinhas gravadas, microchip e até mesmo escrever a mão em fitas de tecido.
  2. Deixe seu pet ficar perto de você, pois sua presença é reconfortante em momentos de tensão.
  3. Prepare o ambiente e acostume seu animal a um espaço fechado, que abafe o som dos fogos. Pode ser um quarto, a lavanderia ou a garagem. Não deixe seu pet em sacadas, perto de piscinas ou em correntes.
  4. Coloque música e use essências relaxantes no ambiente. Pergunte ao médico-veterinário de sua confiança sobre feromônios que reduzem o estresse.
  5. Prepare um espaço tipo “toca” para seu cão ou gato. No caso de cães pode ser embaixo de camas ou caixas de transporte. Gatos geralmente gostam de se refugiar em locais altos, como sobre armários, prateleiras e nichos. Coloque nesta “toca” objetos com o seu cheiro, especialmente se ele não estiver na sua companhia.
  6. Neste final de ano, durante as tardes dos dias 24 e 31 deixe seu pet cansado. Passeie com seu cão, faça corridas, leve para brincar com outros cães. Também brinque com seu gato, provoque corridas e pulos. Os exercícios e o cansaço deixarão seu pet mais relaxado e possivelmente menos preocupado com os barulhos.
  7. Não devemos deixar ração a vontade para os cães. Se você alimenta seu cão duas vezes por dia, o alimente pela manhã normalmente e prepare brinquedos recheáveis com as comidas preferidas dele para fornecer próximo da hora de maior intensidade dos fogos. Ossos naturais bem grandes, para evitar engasgamentos, podem ser opções. O objetivo é ele esteja motivado a se entreter com os brinquedos e fique menos preocupado com o barulho.
  8. Seu pet realmente se desespera com o barulho? Ele tem convulsões, atravessa janelas ou portas ou destrói paredes? Neste caso o uso de medicamentos pode ser a melhor opção. Fale com um médico-veterinário e esteja preparado.
  9. Dessensibilize seu pet. Existem técnicas de treinamento para fazer com que cães e gatos sofram menos com o barulho de fogos. Fale com um profissional e treine seu pet para o minimizar o sofrimento neste fim de ano.
Edição: Pedro Rocha Franco
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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