‘Caixa preta é voo cego’, diz ex-presidente da BHTrans que defende cálculo tarifário

Ainda como reflexo do possível aumento das tarifas de transporte coletivo em Belo Horizonte foi realizada, nesta terça-feira (19), uma audiência pública na Câmara Municipal da capital para debater o assunto. Entre os pontos destacados pelo vereador Pedro Patrus (PT), André Veloso, representante do Tarifa Zero BH e João Luiz Dias, ex-presidente da BHTrans, destaque para a necessidade da realização do cálculo tarifário. Antes de debater essa questão foi questionada a ausência de representantes das empresas de ônibus e principalmente do Poder Executivo da cidade. “Mais uma vez eles não vieram dialogar com a sociedade”, disse Patrus.

Uma das justificativas para o aumento das tarifas, de acordo com os empresários, está na evasão dos passageiros. Porém, para João Luiz o que acontece é a exclusão do cidadão, conforme ele classifica. “O preço já é muito caro e isso afasta as pessoas dos coletivos. Por isso, é necessário o cálculo tarifário para sabermos se de fato o preço que se paga é o ideal”, disse.

Após ser informado da decisão de Alexandre Kalil de não aumentar o preço das passagens, Pedro Patrus afirmou que é importante pois é o cumprimento de uma promessa de campanha. “Ele cumpre aquilo que foi dito durante o processo, mas acima de tudo é a vitória da sociedade que pressionou através de denúncias. Sabemos que ele se reuniu com os representantes das empresas, e isso é totalmente legítimo, mas o aumento não podia acontecer”, disse.

Caixa preta é voo cego

O ex-presidente da BHTrans acredita que a auditoria e consequente abertura da “caixa preta” bastante citada por Alexandre Kalil durante a campanha não é  suficiente. “Auditoria não calcula tarifa de coletivo. Estamos há 10 anos sem realizar cálculo tarifário e isso pode ser feito com a participação de entidades como a CDL, associação comercial. Querer abrir a caixa preta é voo cego”, disse.

Questionado sobre os empresários diminuírem o número de ônibus da frota, ele afirmou: “Durante todo o tempo eles fazem essa redução. Empresário não opera em prejuízo, o que eles dizem de talvez reduzirem a frota não é de hoje que eles tem essa prática”, contou. Sobre o aumento dos custo para manutenção dos veículos, João alega que o que houve foi a redução, pois, “a quilometragem foi reduzida com os corredores exclusivos para os ônibus e com isso teve a redução de pneus e diesel”, concluiu.

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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