As cerca de 85 capivaras soltas na orla da Lagoa da Pampulha começarão a ser esterilizadas a partir da próxima semana. Ao menos é essa a previsão do secretário Municipal de Meio Ambiente, Mario Werneck, que repercutiu nesta quarta-feira (22) os detalhes do plano de controle populacional desses animais. A medida, prevista em acordo celebrado com o MPMG (Ministério Público de Minas Gerais), envolve a castração e posterior reintrodução dos roedores na área ocupada.
“São animais que devem ficar lá mesmo porque muitas pessoas vão lá para tirar fotos, elas já fazem parte da paisagem da Pampulha e não é nosso intuito retirá-las agora”, declarou. “Nós vamos fazer aquilo que foi acordado junto ao Ministério Público [de Minas Gerais] e ainda na próxima semana devemos ter o primeiro animal castrado”.
Hospedeiras da bactéria causadora da febre maculosa, as capivaras retornaram ao epicentro da discussão sobre a sua manutenção no local quando uma criança de 10 anos morreu em razão da doença, em 2016. Segundo apontaram laudos médicos à época, o garoto teria sido contaminado possivelmente pela picada do transmissor — o carrapato estrela — após caminhada no Parque Ecológico da Pampulha.
A polêmica envolvendo a presença das capivaras na Pampulha, no entanto, começou a caminhar para um desfecho somente em fevereiro deste ano, com a assinatura do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta). O acordo celebrado entre prefeitura e MPMG prevê a castração, sem que haja necessidade de remoção permanente dos animais da orla da Lagoa da Pampulha.
Dessa forma, na avaliação de Werneck, mesmo com os animais reinseridos no ambiente, a população estaria protegida do risco de contrair a febre maculosa. “A castração das capivaras elimina o risco, pois existe uma maneira científica de os carrapatos não atingirem as capivaras após a castração”, declarou o secretário, sem, entretanto, entrar em detalhes.
E os jacarés?
Apesar de reconhecer a existência de jacarés na Lagoa da Pampulha, a administração municipal não informa com exatidão quantos animais possam estar vivendo no ambiente. Entretanto, para o secretário Mario Werneck a presença dos répteis seria “incompatível” com a possibilidade de liberar a prática de esportes náuticos no local.
“Os jacarés até agora não trouxeram nenhum problema para a população de Belo Horizonte, mas o controle desses animais que ficam fora da lagoa por muito tempo é uma coisa muito complicada para o secretário resolver de um dia para o outro”, avalia.
“Vamos resolver primeiro o problema das capivaras e não deixemos que os jacarés levem a óbito alguém, por isso recomendamos que as pessoas não nadem e façam esportes na lagoa até que efetivamente seja feita uma deliberação normativa”.