Quatro amigos de Belo Horizonte escolheram o que talvez seja o maior símbolo do estado, para representar Minas em uma competição nacional: o pão de queijo. Mas peraí: não é da iguaria que estamos falando. Os aventureiros desenvolveram um carro no formato da famosa quitanda.
João e Ronnye Antunes, Cirineu Borges e Marcelo Vieira desenharam o projeto “de dar água na boca”, para correr em um evento da marca de energéticos Red Bull, em Ribeirão Preto, no interior paulista.
Com data marcada para 9 de outubro deste ano, a competição Red Bull Ladeira Abaixo ocorre mundialmente e avalia quem melhor, literalmente, “desce uma ladeira” em veículos de fabricação própria, sem motores.
Ao BHAZ, João conta que o protótipo ainda está em desenvolvimento. Ele foi o responsável pelo desenho, mas todo o grupo tem um papel especial no processo de concretização.
Embora tenha planos de montar o próprio figurino, a equipe vai consultar profissionais especializados para detalhes técnicos, como a montagem do chassi – estrutura do carro.
Red Bull te dá ‘rodas’!
A “corrida mais louca do mundo” ocorre daqui a dois meses, mas João e a equipe já estão correndo atrás dos preparativos.
É uma grande responsabilidade: além do “Carro Pão de Queijo”, outros 49 veículos de todo o país prometem acelerar no evento. Integrantes de outras cidades mineiras – Uberaba, Alfenas e Uberlândia – também têm presença marcada.
Apesar de João enfatizar que a diversão será a principal recompensa, a Red Bull vai presentear os melhores colocados com um “bônus” pelo bom desempenho.
Cada integrante do primeiro lugar ganhará uma “experiência Red Bull” no valor de R$ 4 mil; do segundo lugar, um kit completo oficial da Red Bull Racing e, do terceiro, uma camiseta oficial da Red Bull Racing.
A ideia é construir um carro temático, de fabricação própria e sem motor. Um detalhe importante é a presença de um freio, já que o veículo precisa descer uma ladeira.
De acordo com João, os juízes avaliam três pontos principais. A somatória deles é o que define o grande campeão.
“Fiz o desenho e agora estamos comprando as peças em ferro velho, de bicicleta, kart… Também vamos contar com a ajuda de um profissional de solda para construir a carcaça”, explica João. A caracterização também ficará por conta de uma pessoa específica, para deixar tudo nos “trinques”, diz o administrador.
Veja abaixo os critérios de avaliação:
- A construção do carro: o projeto enviado corresponde ao carro construído?;
- O desempenho na hora da descida, coreografia, música e fantasia;
- Tempo de corrida: quanto mais rápido, mais pontos a equipe conquista!
Representatividade mineira
Como os participantes devem construir o projeto do zero, a equipe Pão de Queijo Recheado está providenciando cada uma das etapas.
Segundo o administrador, a ideia de caracterizar o carrinho como se fosse um pão de queijo é uma questão de representatividade – e de orgulho! Mineiros, todos os integrantes da equipe concordaram que seria uma ideia criativa decorar o carro com a principal iguaria do estado.
“Nossa ideia foi construir algo ainda mais temático, uma coisa bem mineira, já que tentamos participar em outras edições e não conseguimos. O carro vai ter formato de pão de queijo e os integrantes vão representar os ‘recheios’: queijo, presunto, frango e goiabada”, detalha.
João participa da competição em 2022 com o irmão, Ronnye, o amigo Marcelo e o cunhado, Cirineu; todos eles trabalham juntos. Já que o júri analisará a velocidade da descida como critério, João será o único a descer a ladeira.
Experiência passada
A corrida nem começou, mas João e seus amigos já passaram por “poucas e boas” para chegarem até aqui: dos dois mil projetos apresentados ao júri, 50 foram selecionados.
Não é a primeira vez que o time de João participa de uma corrida do gênero. Em 2011, os moradores de BH levaram o terceiro lugar aqui mesmo, na capital mineira, e conquistaram uma corrida de kart como recompensa.
Depois disso, os amigos haviam apresentado ideias de carrinho para competir nas edições de outros estados, mas não tiveram sucesso. A sorte mudou e, neste ano, terão a chance de levar a cultura mineira a outras localidades.
“Algumas coisas mudaram desde 2011, muito por conta da pandemia de Covid-19. Lá atrás, por exemplo, teve uma concentração onde os pilotos ficavam. São 50 carros, e cada equipe tem de quatro a cinco pessoas…”, detalha João à reportagem.
Confira o registro da competição de 2011, em Belo Horizonte: