O Juramento 202, da Cervejaria Viela, um dos bares mais queridinhos de Belo Horizonte, inaugurou a Casinha do Jura, um espaço onde a nostalgia abraça o paladar. O local e a decoração te transportam para uma atmosfera que lembra “casa de vó”. A comida é inspirada na gastronomia árabe com um toque pra lá de brasileiro.
A Casinha do Jura é uma extensão do Juramento 202 e os espaços compartilham a mesma cozinha. Agora, a esquina da rua Juramento, 202, no bairro Pompéia, conta com ambientes que se complementam. De um lado, você tem o samba e pessoas conversando majoritariamente em pé. Do outro, mesinhas para se sentar e opções variadas de comida.

(Amanda Serrano/BHAZ)
A casa tem opções de comida fria, quente, de estufa, sobremesas, drinks e, claro, as já famosas cervejas do Juramento. O cardápio é inspirado na comida árabe com toques de brasilidades, inspirada em moradores do bairro. Charutinhos de rabada, terrine de joelho de porco, moela com quibebe e kibe cru de abóbora estão no cardápio.
O Juramento e a Casinha funcionam nos mesmos horários e não abrem às terças-feiras. Às segundas, quartas, quintas e sextas-feiras, o funcionamento é das 17h até meia-noite. Aos sábados, de 12h30 até meia-noite. Já aos domingos, os locais funcionam de 12h30 às 20h. Quarta é dia de chorinho no Juramento 202 e aos domingos de samba.
Anota aí
Casinha do Jura
Endereço: rua Juramento, 202, Pompéia – Belo Horizonte
Instagram:@juramento202
Juramento 202: A história de um bar fora do roteiro óbvio de BH
Há sete anos, uma esquina no bairro Pompéia, na região Leste de BH, chama atenção de quem passa e encher a rua com o público. É o Juramento 202, bar que nasceu em 2015 como uma extensão da Cervejaria Viela. Com estética e proposta “diferentonas”, o bar ganhou o coração de muita gente da capital mineira e rendeu novos frutos. O Arreda pra Cá, podcast do BHAZ, convidou um dos fundadores do Juramento, Rafael Quick, para um papo sobre o sucesso do bar, que abre portas para o futuro por meio do passado de BH.
Apelidado carinhosamente de Jura, o bar surgiu em 2017, como uma extensão da Cervejaria Viela, uma história que começa antes, em 2015, do desejo de um amigo de Rafael de transformar o hobby de produzir cerveja artesanal em um negócio: “Pensando em fábrica mesmo, foi aquele boom de cerveja artesanal que BH teve, então muita fábrica nova abrindo e a ideia a princípio era fazer cerveja, engarrafar ou enlatar e vender no supermercado”.
Os sócios então escolheram um ponto e passaram quase dois anos trabalhando em reformas para abrir somente a fábrica de cerveja. Da soma de um defeito e uma oportunidade, veio junto o bar. “A gente comprou um equipamento de um cara que era a primeira vez que ele ia fazer equipamento pra cerveja, deu tudo errado e a gente ficou dois anos parado. E aí, frequentando o galpão onde é a fábrica hoje, a gente começou a se questionar se era o modelo ideal”, conta Quick.
Essa foi a parte do defeito. A oportunidade veio depois: “Nesse momento, a esquina da fábrica, uma casa do lado de onde é a fábrica, foi colocada para alugar. O endereço da fábrica é Juramento, 202 A. Essa esquina que foi colocada para alugar era Juramento, 202 C, então é o mesmo imóvel. Na época a gente teve um estalo, foi lá, ligou, olhou o preço do aluguel, era baratíssimo”. Então, o grupo de amigos resolveu arriscar.
“A gente abriu o Jura com essa ideia de criar como se fosse o lugar perfeito pra gente, o que a gente adoraria ter como o lugar que representa o que a gente gostaria de ver por aí. Basicamente, era um lugar que tivesse cerveja boa, de qualidade, só que fosse um boteco”, lembra Quick.
Ele conta ainda que a ideia era quebrar um certo antagonismo que existia à época: “Ou você ia num botecão, que todo belo-horizontino ama, é o que a gente tem de mais icônico, ou você ia tomar cerveja artesanal. As duas coisas não se misturavam muito, então a sacada foi muito simples: como a gente traz um produto bom num lugar que a gente quer estar?”.
Juramento 202 ganha vida própria
A partir daí, o bar localizado à rua de mesmo nome ganhou vida própria. Rafael lembra da inauguração do Juramento 202, no Carnaval de 2017, como uma “loucura”: “Por a gente não ter embalagem, não ter transporte, não ter revenda, não ter uma série de coisas, a gente conseguia fazer um preço legal, democrático mesmo”.
Rafael Quick conta ainda que os sócios sempre tiveram a proposta de criar um lugar que não contrastasse com o bairro – daí veio a estética marcante. “A gente pesquisou na época o que aquele imóvel já tinha sido e basicamente, na contação de história ali dos vizinhos, a gente descobriu que lá já tinha sido um armazém. Foi um monte de coisa, fábrica de biscoito papa-ovo, mecânica de moto, igreja… E aí a gente voltou e falou: vamos fazer um armazém então, que era o que ele foi mais tempo”, lembra Quick.
Hoje, o bar celebra o sucesso fechando a rua lateral com centenas de pessoas e uma programação rica, mantendo a mesma essência do início. E a Cervejaria Viela ganhou uma família de peso: também são e Rafael Quick e dos sócios os projetos que deram origem ao Mercado Novo como é conhecido atualmente e o Forno da Saudade.
Confira o papo na íntegra abaixo: