‘Surto de gripe’: Casos de Influenza A aumentam em BH e reforçam a importância da vacinação

vacina gripe
Em BH, a cobertura vacinal da gripe está em 62%, quando o índice recomendado por especialistas é de 90% (Gil Leonardi/Agência Minas)

Com o aparente controle do número de casos da Covid-19, outra doença viral, já velha conhecida dos brasileiros, tem causado preocupação nas autoridades de saúde: a gripe. Só em Belo Horizonte, os casos de Influenza A registrados até o dia 4 de novembro já superaram em 30% o número de infecções de todo o ano de 2020. Já no Rio de Janeiro, a situação é ainda mais grave. Nos últimos dias, a cidade tem enfrentado um verdadeiro surto da infecção, registrando mais de 6,5 mil casos.

Para o infectologista Leandro Curi, esse aumento expressivo pode ter relação com a baixa de vacinação contra a doença. Segundo a PBH (Prefeitura de Belo Horizonte), a cobertura vacinal da gripe está em 62% na capital mineira, quando o índice recomendado por especialistas é de 90%.

“O H3N2 é um dos vírus do grupo de Influenza A, de onde é também o famoso H1N1. Esse vírus é muito mais comum em época fria, ele é sazonal e tem um alto poder infectante. A explicação desse surto pode ser que as pessoas relaxaram na vacinação da Influenza neste ano, em detrimento de outra vacina”, disse Leandro ao BHAZ.

Distanciamento ainda é importante

Ainda segundo o especialista, o afrouxamento das medidas sanitárias que têm o objetivo de impedir o avanço da Covid-19 também pode ter relação com o aumento de casos da gripe. Isso significa que a volta das aglomerações e o “abandono” do uso de máscara podem estar contribuindo para que o vírus H3N2 se propague mais rapidamente.

“Pode ser que uma cepa mais virulenta aconteceu e agora, com as pessoas voltando a se reunir, relaxando um pouco nesse distanciamento, isso também pode ter ocasionado o aumento de casos”, explica o infectologista.

“Eu tenho recebido muitos pacientes nas duas últimas semanas com quadros de sintomas gripais. Mas ainda não temos o resultado se é Covid, ou Influenza A. Nessa época do ano a gente tá esperando mais doenças sazonais do verão, das chuvas, como a dengue, por exemplo”, acrescenta.

Gripe x Covid

Mesmo após dois anos de convivência com a Covid-19, muita gente ainda confunde seus sintomas com os da gripe. É que a febre, o cansaço, as dores no corpo e a coriza são bastante comuns às duas doenças. Segundo Leandro Curi, uma diferença mais nítida entre as infecções só aparece à medida que elas avançam.

“A Covid inflama mais o corpo, pode causar lesões com sequelas mais graves e é mais mortal do que a Influenza. Mas no comecinho, nos primeiros dias, é muito difícil diferenciar. Por isso, ao mínimo sinal gripal é recomendado isolamento em locais arejados, uso de máscara e procurar um médico, se puder, pra fazer exames”, explica.

Ainda segundo o especialista, o grupo de pessoas mais vulneráveis à gripe é mais extenso. É que além de apresentar maior gravidade aos idosos, profissionais da saúde e pessoas com doenças crônicas, a Influenza A também pode causar complicações às gestantes e crianças infectadas.

Já se vacinou?

Desde o dia 19 de julho, a vacina contra a gripe em Belo Horizonte está sendo aplicada na população em geral, a partir dos seis meses de idade. O imunizante é enviado pelo Ministério da Saúde e continuará disponível para todos enquanto “durarem os estoques”.

Os horários e endereços dos centros de saúde estão disponíveis no portal da Prefeitura. Pelas redes sociais, muita gente tem se mobilizado para atrair a atenção da população acerca da importância de se imunizar contra a gripe.

“Tá rolando em grupos de WhatsApp a informação de que quem toma a vacina da gripe fica mais GOSTOSO. Segundo veículos de checagem, a notícia é VERDADEIRA. ‘Bora’ geral tomar vacina da gripe pra ficar ‘gostosin’ de imunizante, galeras”, brincou uma pessoa.

“Tomem a vacina da gripe (Influenza), os casos estão aumentando MUITO e ela veio com tudo. Muita febre, muita dor no corpo. Perde tempo não, só ir no posto… Emergência aqui enchendo! E as UPAS LOTADAS”, alertou uma profissional da a saúde.

Edição: Giovanna Fávero
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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