Mercado Central amanhece cheio de lama: ‘A gente nunca viu nada igual’

Moisés Teodoro/ BHAZ

Com Moisés Teodoro

O Mercado Central foi um dos pontos da região Central de Belo Horizonte afetados pelo temporal que atingiu a capital mineira nesta quarta-feira (29). Donos e funcionários de estabelecimentos comerciais localizados na rua Goitacazes, que ficam em frente ao ponto turístico, contabilizam desde o início do dia os prejuízos do temporal.

“Nossa, dá um desespero. Na hora que você vê a água entrando com aquele tanto de lixo junto e barro, você pensa nos seus produtos. A gente fica muito triste”, conta Lucinéia Márcia Santos, dona da loja Rai Ervas, que fica ao lado do Mercado.

A empresária ainda conseguiu amenizar o prejuízo porque mora no Centro de Belo Horizonte e conseguiu “salvar” os produtos. “Mas o pessoal da loja ao lado não conseguiu chegar e tomou muito prejuízo”, afirma.

Lucinéia trabalha no local há 12 anos e afirma “nunca ter visto nada parecido”, mesmo sentimento de outros comerciantes da região. “Estou aqui há 14 anos e nunca vi nada assim”, diz outro proprietário de um comércio no local, Francisco Ferreira Lima.

Lojistas amanheceram limpando as lojas no entorno do Mercado Central (Moisés Teodoro/BHAZ)

Já o gerente de um empório, Altair Andrade de Souza, de 40 anos, afirma ao BHAZ que o prejuízo deve chegar a R$ 20 mil. “Toda chuva é isso. Não há manutenção. Estamos desde às 7h limpando a loja. A gente já sabia que tinha acontecido. A água subiu 60 cm”, desabafa o trabalhador.

Lucineia Márcia Santos, dona a loja Rai Ervas, precisou limpar a loja inteira

Já a assessora de Eventos e Mídias Sociais do Mercado, Élida Fagundes, informou que o Mercado disponibilizou funcionários para ajudar na limpeza.

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Situação dos animais

Os animais que são comercializados no Mercado Central não foram afetados pelo temporal. Ao menos é o que garantem os comerciantes do espaço. No entanto, o Movimento Mineiro pelos Direitos dos Animais alerta para a necessidade de se pensar em estratégias para proteger esses animais.

A coordenadora do movimento, Adriana Araújo, considera que esse plano é urgente. “É preciso um plano emergencial de socorro desses animais, não só em caso de chuva, mas também em caso de fogo, de vazamento de gás”, considerou.

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A chuva pegou a coordenadora de surpresa. “Passamos a madrugada em claro, ficamos angustiados”, finalizou.

Lojistas amanheceram limpando as lojas do Mercado Central (Moisés Teodoro/BHAZ)

Ao BHAZ, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que a Vigilância Sanitária não tem poder de fiscalização de animais em estabelecimentos comerciais.

Nota da Prefeitura na íntegra:

“A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informa:

A Vigilância Sanitária, conforme Código de Saúde vigente, não tem poder de fiscalização de animais em estabelecimentos comerciais.

Nesta quarta-feira, 29/01, a Vigilância Sanitária do município esteve no Mercado Central, e foram realizadas orientações junto aos comerciantes, em relação as boas práticas desses estabelecimentos. No que se refere a higiene nos cuidados com as gaiolas dos animais e também nos cuidados em relação a segurança e saúde dos trabalhadores.

A ação da Vigilância Sanitária no Mercado Central foi voltada, sobretudo, no que se refere a sua atribuição que é o cuidado com os alimentos, como condicionamento, preservação e descarte dos impróprios para consumo.

Aline Diniz[email protected]

Editora do BHAZ desde janeiro de 2020. Jornalista diplomada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) há 10 anos e com experiência focada principalmente na editoria de Cidades, incluindo atuação nas coberturas das tragédias da Vale em Brumadinho e Mariana. Já teve passagens por assessorias de imprensa, rádio e portais.

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