Comissão contra genocídio da juventude negra é aprovada na Câmara de BH

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Comissão foi aprovada na Câmara Municipal de Belo Horizonte (Reprodução/Google Street View)

A Câmara Municipal de Belo Horizonte aprovou a criação da comissão especial para promover estudos relativos à empregabilidade, à violência e ao homicídio de jovens negros nas periferias de Belo Horizonte e seus impactos sociais e econômicos. Iza Lourença, Bella Gonçalves e a co-vereadora Cida Falabella, do PSOL, são as responsáveis pelo projeto.

O objetivo da comissão é produzir conhecimento que subsidie a criação e execução de políticas públicas de inserção dos jovens das periferias no mundo do trabalho e outras políticas públicas e no combate ao genocídio da juventude negra na capital mineira, fenômeno que assola as principais zonas urbanas do país.

Um grupo de trabalho similar se reuniu entre 2017 e 2018, sob relatoria da então vereadora Áurea Carolina, também do PSOL, e teve como resultado um relatório de 46 páginas, com dados e informações sobre as temáticas analisadas. Os conhecimentos acumulados serão ponto de partida para a continuidade dos estudos da comissão especial.

Segundo a vereadora Iza Lourença (PSOL), articuladora e defensora do retorno da iniciativa para a agenda do legislativo municipal, o relatório apresentado pela comissão anterior indica que Belo Horizonte é a oitava cidade do país em número de mortes de jovens negros e pobres, e aponta a urgência da construção de um plano municipal de enfrentamento desses homicídios, reunindo as diversas áreas, não só a segurança pública.

Iza explica que adolescentes negros são até cinco vezes mais vítimas de homicídio do que os não negros. “Com isso em mente, queremos dar continuidade ao trabalho que já foi desenvolvido, compreendendo que a violência é um fenômeno multifacetado e reflete a falta de acesso a direitos básicos como educação de qualidade, cultura, saúde, trabalho”.

“A Câmara de Belo Horizonte precisa dar respostas a essa realidade que é motivada por um racismo estrutural que nos mata, ao mesmo tempo, de forma simbólica e física”, completa Iza.

Maioria de mortos por policiais são negros

De acordo com o FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública), 75,4% das pessoas mortas em intervenções policiais nos anos de 2017 e 2018 eram negras. Além disso, a entidade diz que 11% das mortes violentas intencionais reportadas em todo o Brasil no período foram cometidas pela polícia.

A arbitrariedade contra pessoas negras durante abordagens policiais é também observada em outros países, como os Estados Unidos, onde, recentemente, um ex-segurança negro, George Floyd, foi morto por asfixia por um policial branco. Registrado em vídeo, o episódio ocorreu em Minneapolis, em 25 de maio de 2020, e desencadeou uma grande onda de protestos em diversos países.

Com Agência Brasil

Edição: Roberth Costa
Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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