Pegou Covid-19 agora? Saiba quais são as orientações para a ‘nova onda’ de infecções

máscara covid-19
Saiba se as recomendações quanto ao uso da máscara e isolamento social continuam as mesmas (Amanda Dias/BHAZ)

Com o aumento dos casos de Covid-19, muita gente fica em dúvida se as recomendações sanitárias continuam as mesmas. “Testei positivo, o isolamento ainda é de uma semana? Quais os sintomas da nova subvariante da ômicron?”. Esses são apenas alguns dos questionamentos.

São incontáveis os relatos de quem “desviou” da Covid-19 até este ano, mas se infectou agora que o vírus avança novamente. É real: o coronavírus ainda existe e segue contaminando mesmo após a vacina, embora o imunizante previna casos mais graves da doença.

O BHAZ conversou com o infectologista Leandro Curi, na tarde desta quarta-feira (16), para esclarecer as principais questões. Embora o “fim do coronavírus” pareça próximo, alguns cuidados seguem imprescindíveis para conter o avanço da nova onda na capital mineira.

Covid-19 em 2022?

“Apesar de querermos, a pandemia não acabou. O que acontece é que, com a vacinação, tivemos um melhor desfecho. A vacina se mostrou eficaz, mas o vírus continua circulando. Afinal, o imunizante só previne a piora clínica”, ressalta Leandro, que acompanha a evolução da Covid desde a variante Alfa.

Em Belo Horizonte e em várias cidades brasileiras, muita gente também voltou a se infectar pela segunda, terceira e até quarta vez após um período mais “tranquilo”. O infectologista afirma que a nova onda se deve às mutações do vírus, que acabou criando subvariantes como a BQ.1.

“O vírus continua circulando, ele continuou mutando o tempo inteiro. Registramos uma mutação natural que vem se espalhando pelos estados do Brasil e nos outros países, incluindo a B.Q.1. Ela é altamente virulenta, então tem maior capacidade de driblar a imunidade da pessoa”, explica.

Leandro pontua que a vacina protege e cria anticorpos no paciente. Após um tempo da imunização, porém, as defesas vão caindo. Por isso, é sempre importante ajudar o organismo a relembrar como combater o vírus.

Apesar do cenário de alta nos casos, ele acredita que a doença tende a se manifestar de forma mais leve com as novas subvariantes. Nem por isso devemos deixar de lado os métodos de prevenção. “Eu, particularmente, acho que a mortalidade, perda de ar e internações serão bem mais raras. Em parte por causa da natureza da subvariante, mas também devido à vacinação”, salienta.

Máscara e isolamento após o diagnóstico

Quanto ao uso da tradicional máscara de proteção, Leandro orienta que, se possível, a população retome o hábito. Em agosto deste ano, a PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) liberou o uso do item em locais fechados. “A máscara é fundamental. É uma opinião baseada na ideia de que nenhuma vacina é eficaz para frear a transmissão do vírus, somente o agravamento dos sintomas”, começa o especialista.

“Como o distanciamento se torna difícil por uma série de motivos, a máscara acaba sendo nossa ‘vacina’ para evitar a transmissão. Uma coisa não substitui a outra. Aí você me pergunta: ‘Vou ter que usar máscara até quando?’ Quando não houver novos picos ou quando conseguirmos uma vacinação que contenha a transmissão, o que não é o caso”.

Leandro recomenda o uso do item “quando a pessoa quiser”, mas destaca a importância da prática em locais fechados como o transporte público, cinemas e quaisquer ambientes com concentração maior de pessoas desconhecidas.

Uma sugestão para as festas de fim de ano, quando as famílias se reunirão para comemorar, é fazer o teste antes. Dessa maneira, a pessoa consegue aproveitar melhor e ainda evita a infecção de pessoas mais velhas, como tios e avós.

O teste deu positivo? A orientação do Ministério da Saúde é continuar o isolamento por ao menos sete dias. Se o paciente testar novamente em cinco dias após o início dos sintomas e o resultado der negativo, ele já está liberado. Ressalta-se, no entanto, que o uso da máscara até o décimo dia é mais garantido.

Quarta dose da vacina em BH

Na tarde desta quarta-feira (16), a reportagem contatou a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) para conferir o andamento da vacinação contra a Covid-19 em Belo Horizonte.

Segundo a pasta, a cidade aguarda uma orientação do Ministério da Saúde para convocar o público abaixo de 40 anos que ainda não recebeu a quarta dose do imunizante.

“Para a convocação de novos públicos é imprescindível que novas remessas de vacinas sejam entregues ao município. A SMSA reafirma a disponibilidade de pessoal e de todos os insumos necessários para a continuidade do processo, tão logo as doses sejam entregues”, diz em nota.

Casos no Rio crescem 430% em uma semana

A ascensão nos casos de Covid-19 é uma realidade em boa parte dos estados brasileiros. Entre a primeira e a segunda semanas de novembro, o estado do Rio de Janeiro teve um aumento de 430%: passou de 4.368 na semana epidemiológica 44 – de 30 de outubro a 5 de novembro – para 18.799 na semana 45 – entre 6 e 12 de novembro.

Segundo a SES (Secretaria de Estado de Saúde), a taxa de positividade dos testes diagnósticos subiu no mesmo período, com os de antígeno passando de 25% para 32% e, os exames de RT-PCR, de 18% para 30%.

Dados do MonitoraCovid-19 da Fiocruz apontam que a média móvel de sete dias para o registro de casos no Rio saltou de 650, em 7 de novembro, para 2.658 no dia 11. As mortes não acompanham a alta, com uma média móvel abaixo de quatro por dia desde o dia primeiro de novembro.

Com Agência Brasil

Edição: Roberth Costa
Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!