Três líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) foram presos pela Polícia Civil de Minas Gerais nesta terça-feira (19) na primeira fase da operação Hefesto. De acordo com a corporação, os envolvidos eram os líderes dos ataques a ônibus registrados no Estado no ano passado.
No total foram emitidos 55 mandados, sendo 25 de prisão – 18 em Minas – e 30 de busca e apreensão, além do bloqueio de 21 contas bancárias.
Em Minas Gerais, as prisões aconteceram nas cidades de Contagem, Ouro Fino, Uberaba, Passos, Três Corações e Campo Florido. Outros mandados também foram cumpridos em São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte.
O delegado Marcus Vinícius Lobo Leite, da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), destacou que, em Minas, 12 criminosos já estavam presos por outros crimes e que após investigação foi descoberto o envolvimento deles também no PCC. Três criminosos continuam foragidos.
No Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp), oito criminosos que estavam no Presídio Nelson Hungria, em Contagem, foram conduzidos para prestar depoimento.
A expectativa da Polícia Civil é de que os 12 criminosos que estavam em unidades de segurança máxima do Estado sejam transferidos para o sistema penitenciário federal. O pedido aguarda decisão da Justiça.
“Maior operação”
De acordo com o delegado, “esta é a maior operação contra o crime organizado já realizada” em Minas. Ele contou que as investigações tiveram início em junho de 2018 quando ocorreu uma série de ataques a ônibus. “Eles eram os responsáveis por emitir o ‘salve’ para a queima dos coletivos por acreditarem que estavam sendo oprimidos no sistema prisional”, disse.
De dentro dos presídios, os criminosos davam ordens para o tráfico de drogas e homicídios. “Acreditamos que a prisão impactará no que se refere às atividades delituosas cometidas pelo grupo”, disse.
Por meio de sintonias, que são espécies de grupos, o PCC articula como atuará nas localidades, conforme explicou o delegado. “Eles se dividem em sintonias e nelas cada integrante realiza uma função específica. São várias pessoas que têm o poder de decidir sobre a forma de atuação”.
Outras etapas da operação acontecerão ao longo do ano com o objetivo de “desarticular o PCC”. Em Minas Gerais, o PCC tem 2,227 mil integrantes e, segundo o subinspetor Raul Euclides, 90% deles estão presos.