O Cruzeiro decidiu suspender novas adesões à modalidade “Time do Povo”, do programa sócio-torcedor, após reportagem publicada pelo portal BHAZ mostrar que usuários estão enfrentando uma série de problemas para a compra do ingresso e que, ainda, precisam lidar com revenda ilegal e a ação de cambistas.
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Em nota, divulgada nas redes sociais do clube, o Cruzeiro diz que “está realizando um profundo estudo analítico na categoria do Sócio 5 Estrelas – Time do Povo e, por este motivo, suspendeu novas adesões a esta modalidade”. O clube esclarece, no entanto, “que todos os sócios que já fazem parte da categoria “Time do Povo” mantêm os benefícios oferecidos pelo programa”. As demais modalidades do Sócio 5 Estrelas estão disponíveis para novas inscrições.
A decisão vem um dia após a publicação, em que o clube negou que haja problemas. Em nota, o Cruzeiro disse que “a operação de venda de ingressos para as partidas do Cruzeiro, direcionada aos sócios, através das plataformas digitais ocorre dentro da normalidade e sem percalços”. O clube explicou que “de acordo com o interesse pela partida, há um grande volume de acessos simultâneos na bilheteria online” e, que “todos os contratempos pontuais que possam ocorrer são atendidos de maneira individualizada pela equipe do sócio, através dos canais de atendimento”. O BHAZ ainda buscou contato com o MPMG, a Polícia Civil, a Polícia Militar e a Minas Arena, que administra o Mineirão. (leia notas na íntegra abaixo)
Reclamações
Sócios-torcedores do Cruzeiro se queixam que estão enfrentando, de forma recorrente, problemas para adquirir ingressos para os jogos do time. O acesso simultâneo pelo aplicativo de vendas gera instabilidade, erro, e, não raro, impede que a compra seja concluída, mesmo depois de longa espera na “fila virtual” e com o ingresso praticamente garantido. Os transtornos voltaram a surgir nesta semana, durante as vendas para o jogo contra o São Paulo, no próximo domingo (15). Enquanto isso, os tradicionais cambistas agem livremente, e, agora, ganham a concorrência de torcedores, que também buscam lucrar com a venda ilegal e superfaturada de ingressos.
As dificuldades e os problemas ocorrem após a mudança no programa de sócios e em meio à alta no número de adeptos. Em junho, o clube anunciou alterações nos planos que vigoravam desde 2021. O programa saiu de 14 para apenas quatro planos, incluindo alguns mais populares. Com a grande adesão, a quantidade de sócios praticamente dobrou nos últimos três meses. Até o final de agosto, o Cruzeiro contava com 87 mil torcedores e, segundo o planejamento do clube, a meta é chegar aos 100 mil.
O que dizem os órgãos e o clube
Nota do Cruzeiro
Sobre a operação de venda de ingressos para as partidas do Cruzeiro, direcionada aos sócios, através das plataformas digitais, o clube informa que estão acontecendo dentro da normalidade e sem percalços. Fato é que, de acordo com o interesse pela partida, há um grande volume de acessos simultâneos na bilheteria online.
Além disso, todos os contratempos pontuais que possam ocorrer são atendidos de maneira individualizada pela equipe do sócio, através dos canais de atendimento.Já com relação ao comércio irregular dos ingressos, através do cambismo, o Cruzeiro ressalta que é totalmente contrário a esta prática e está tomando medidas cabíveis para intervir e coibir esta ação criminosa.
Nota da Polícia Civil
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) desempenha a atividade precípua da investigação criminal, a fim de apurar as circunstâncias, a motivação e a autoria dos crimes registrados em todo o Estado. No curso das investigações, a instituição realiza todas as diligências necessárias visando a completa elucidação dos casos. A PCMG, além de desenvolver a investigação criminal, realiza, rotineiramente, ações de enfrentamento à criminalidade, por meio de operações policiais conjuntas com as demais forças de segurança. Por fim, a instituição orienta ao cidadão que, diante de qualquer ação delituosa, procure uma delegacia de polícia ou uma base da polícia militar mais próxima de sua residência para o devido registro policial ou, ainda, caso prefira, ligue no canal do Disque Denúncia Unificado – 181, em que o anonimato é garantido.
Nota do MPMG
O Procon-MG informa que o MPMG não recebeu denúncia sobre atuação de cambistas e que, atualmente, existe um Inquérito Civil que acompanha todos os incidentes relacionados ao futebol em Belo Horizonte. Para denunciar as irregularidades, o torcedor pode enviar todas as evidências que possuir à Ouvidoria do MPMG. A Ouvidoria garante o sigilo dos dados pessoais do manifestante e acompanha as providências adotadas, mas o cidadão/manifestante também consegue consultar o andamento da manifestação por meio do número de protocolo gerado no ato do cadastro.
Minas Arena
O modelo de operação para o acesso dos torcedores, que inclui catraqueiros, conferentes e supervisores, é responsabilidade do clube. O Mineirão dá o apoio nessa operação com equipamentos (catracas) e seguranças. O Mineirão está em processo de desenvolvimento do sistema de reconhecimento facial, que será obrigatório em estádios acima de 20 mil, conforme previsto na nova Lei Geral do Esporte, que dá prazo de implementação até o meio do ano que vem.
Nota da Polícia Militar
Quanto à questão consultada, em nota, a Polícia Militar de Minas Gerais, por intermédio do 34º Batalhão, informa que de forma contínua e ininterrupta, são realizadas ações e operações policiais e abordagens aos suspeitos que agem com esse propósito, nas imediações do estádio do Mineirão, especialmente em datas comemorativas e de jogos de futebol.
Além disso, durante as reuniões com as organizações dos eventos, o 34º BPM tem enfatizado sobre a importância por parte dos clubes de conscientizarem os torcedores para evitarem aquisição de ingressos oferecidos por cambistas, bem como a adoção de medidas como o controle eletrônico durante a venda dos ingressos para que sejam personalizados com número do CPF do torcedor.
Ressalta-se que a PMMG tem realizado a sua missão constitucional na garantia da ordem pública e na prisão daqueles que estejam em conflito com as leis penais.
Por fim, o planejamento das ações e operações policiais leva em conta as demandas de segurança passadas pelo cidadão, tendo como importante fonte de informações os registros de ocorrências policiais. Nesse sentido, é importante que a população comunique os crimes de forma oportuna à Polícia Militar, utilizando-se dos meios disponibilizados pelo Estado, como o atendimento de emergências policiais (190) e o disque-denúncia (181), ou mediante contato nas Bases de Segurança Comunitária ou unidades policiais.