Cultura afro é tema de oficinais em BH, em comemoração à abolição da escravatura

Programação tambor mineiro
Entre as atividades estão rodas de conversa e oficinas gratuitas (Reprodução/@tambormineiro/Instagram)

Em comemoração ao 13 de maio, data em que se comemora o Dia da Abolição da Escravatura no Brasil, a Associação Cultural Tambor Mineiro inicia uma série de discussões e oficinas, todas online, sobre manifestações de matriz africana. A programação gratuita começou hoje (13) e vai até a segunda-feira (17).

O Tambor Mineiro, criado há 20 anos pelo artista Maurício Tizumba, é um projeto de Belo Horizonte referência da cultura afro-brasileira voltado às artes cênicas, música e festejos do congado. O intuito da programação é justamente trazer mais visibilidade para a cultura afro-brasileira na semana em que se comemora a liberdade da população negra.

Para participar de oficinas e rodas de conversa, basta acessar o site ou Instagram do Tambor Mineiro. “Nosso objetivo é valorizar e dar visibilidade ao mês de maio, mês de Maria e da Abolição da Escravatura, datas significativas para o Tambor Mineiro, que tem uma história ligada ao congado”, explica Maurício Tizumba.

“Nessa época em que o racismo está aflorando, a gente cria estes debates para avançar nestas discussões em âmbito mundial e na nossa cidade, que tem a manifestação congadeira como uma das mais importantes, além do candomblé e a umbanda”, explica Tizumba. 

Confira a programação das oficinas:

  • Quinta (13) e sexta-feira (14), das 19h às 20h: oficina “Pandeiro: Ritmos do Tambor Mineiro”, com Manu Ranilla. Ela vai ensinar notas básicos do pandeiro, ritmos e cantigas que cantadas no Tambor Mineiro. Inscrição pela internet.
  • Sábado (15) e domingo (16), das 14h às 15h: oficina “Tambores de Maio”, com Maurício Tizumba. Inscrição pela internet.
  • Domingo (16), às 12h: exibição do vídeo “Tia Rosa ensina Receita Africana”, no perfil do Instagram do Tambor Mineiro.
  • Segunda-feira (17), de 14h às 16h: oficina “Som, Corpo e Tambor  – uma Experiência Musical, com Bruno Messias (direcionada a crianças e adolescentes). Inscrição pela internet.

Roda de conversa:

@tambormineiro e @mauricio_tizumba

  • Quinta-feira (13), das 20h às 21h: conversa com o Capitão Jorge dos Santos, da comunidade quilombola dos Arturos (Contagem/MG)
  • Sexta-feira (14), das 20h às 21h: conversa com Iara Aparecida Ferreira, fundadora e coordenadora do Terno de Congado Moçambique Estrela Guia (Uberlândia/MG).
  • Sábado (15), de 20h às 21h: conversa com Pedrina, Capitã da Guarda de Moçambique Nossa Senhora das Mercês, benzedeira que está há mais de 50 anos à frente do congado da região Centro Oeste de Minas (Oliveira/MG);
  • Domingo (16), de 20h às 21h: conversa com a Professora Doutora da UFMG Leda Maria Martins, também rainha da Guarda de Moçambique do Vale do Jatobá (Belo Horizonte/MG).
  • Segunda-feira (17), de 20h às 21h: encerramento com a presença do músico e compositor Sérgio Pererê.

“O objetivo é discutir com gestores da cultura ligados ao congado mineiro algo além do racismo estrutural que tanto temos ouvido, mas que fica às vezes distante do nosso povo. Este evento é aberto a todos, mas queremos trazer palavras mais próximas às comunidades congadeiras, ao povo negro”, finaliza Tizumba.

Esta reportagem é uma produção do Programa de Diversidade nas Redações, realizado pela Énois – Laboratório de Jornalismo, com o apoio do Google News Initiative

Edição: Roberth Costa
Jordânia Andrade[email protected]

Repórter do BHAZ desde outubro de 2020. Jornalista formada no UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) com passagens pelos veículos Sou BH, Alvorada FM e rádio Itatiaia. Atua em projetos com foco em política, diversidade e jornalismo comunitário.

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