Dia Estadual de Combate ao Feminicídio: Câmara de BH cria rede de mobilização em prol da causa

fachada da câmara municipal de bh
Fachada da Câmara de BH ganhou iluminação especial em menção a campanha Agosto Lilás, que marca a luta pelo fim da violência contra a mulher (Abraão Bruck/CMBH)

Nesta terça-feira (23), Minas Gerais se une para dizer um “basta” à violência contra a mulher. Em meio às ações que marcam o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, a Câmara Municipal de Belo Horizonte tem se mobilizado junto a diversas entidades para que as mulheres da capital se sintam encorajadas e “não disfarcem sua dor”.

Em conversa com o BHAZ, a superintendente de Comunicação Institucional da Casa Legislativa,, Raquel Costa de Vasconcelos, conta que a ação teve início no dia 1º de agosto, impulsionada pela campanha Agosto Lilás. A iniciativa busca informar a população belo-horizontina de que existe, há mais de um ano, um ponto de acolhimento às vítimas de violência doméstica localizada dentro da Câmara de BH.

“Criamos essa campanha para despertar nas mulheres a coragem de fazer as denúncias. Como? Contando o que é a violência doméstica para que ela identifique se está passando por alguma situação de risco, além de informar que aqui dentro existe um ponto de acolhimento”, explicou ela.

Mobilização

A iniciativa da Câmara de BH se mostra urgente, já que Minas Gerais lidera o ranking de feminicídios ocorridos no Brasil, de acordo com levantamento do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Segundo dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), quase 79 mil mulheres foram vítimas de violência doméstica no estado até julho deste ano. Só em Belo Horizonte, foram 9193 vítimas neste período.

Para ampliar a divulgação da campanha e mudar essa realidade, a CMBH firmou parceria com diversas instituições mineiras, como o Estádio Mineirão e os clubes Cruzeiro e Atlético. Até o fim do mês, vídeos de 30 segundos que orientam as vítimas de violência doméstica a denunciarem as agressões, além de indicar às mesmas que compareçam ao Ponto de Acolhimento à Mulher em Situação de Violência, instalado na Câmara Municipal, serão veiculadas em todas as partidas no Mineirão.

“O Mineirão prontamente abraçou nossa campanha, veiculou o vídeo no telão e colou cartazes pelo estádio, nos locais mais próximos ao banheiro, onde as mulheres frequentam. O Cruzeiro e o Atlético nos apoiaram divulgando a campanha nas redes sociais e a Prefeitura de BH afixou adesivos nos ônibus, em mais de 40 linhas, o que também foi muito importante. Nossa ideia é levar a campanha para onde as pessoas estão”, explicou Raquel.

Responsabilidade social

Recentemente, a Câmara de BH também firmou uma importante parceria com a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), que vai levar mensagens de encorajamento e informações sobre o ponto de acolhimento aos bares da capital.

“Minas lidera o ranking de feminicídios e nós somos a capital. Então temos uma responsabilidade social sobre isso. A sociedade civil também pode nos ajudar a divulgar a campanha o máximo possível para que mais mulheres não disfarcem a dor delas. Aqui existe um ponto de acolhimento para que a mulher se sinta segura e possa denunciar”, reforçou a superintendente.

Ponto de acolhimento

No Ponto de Acolhimento e Orientação à Mulher em Situação de Violência, inaugurado em maio de 2021 na Câmara Municipal de Belo Horizonte, mulheres vítimas de violência podem registrar boletins de ocorrência contra os agressores, além de solicitarem medidas protetivas. Por lá, elas também recebem orientação jurídica e podem ser encaminhadas a outras instâncias, como Defensoria Pública, casas de abrigo e centros de atendimento psicológico.

O atendimento de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na avenida dos Andradas, nº 3100, bairro Santa Efigênia. Para informações e agendamento, basta ligar para (31) 3555-1394 ou enviar um e-mail para [email protected]

“Desde o começo do mês, o ponto tem sido mais procurado e a gente fica muito feliz. Agora não só as mulheres estão procurando, como também filhos de mães agredidas. A gente tem conseguido atingir um público além do feminino”, celebra Raquel.

Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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