IML vai adotar exame de DNA para análise de corpos de vítimas de Brumadinho

Bárbara Ferreira/BHAZ

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) dá início nesta quarta-feira (30) à implementação de novas metodologias de análise de identificação das vítimas do rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho. Para tornar mais eficientes os trabalhos e a liberação dos corpos, serão usadas a genética forense, que é a identificação a partir do DNA, e a odontologia legal, que é feita a partir da arcada dentária.

Essa nova fase no processo de identificação por meio da complementação das informações de referência já foi comunicada aos familiares das vítimas pela Academia da Polícia Civil (Acadepol).

A diretora da Acadepol, delegada-geral Cinara Maria Moreira Liberal, informou que desde sábado (26) a academia já vem cadastrando familiares de desaparecidos no desastre. “Desde sábado já cadastramos quase 500 famílias de desaparecidos. É importante frisar, contudo, que pode haver duplicidade de registros, uma vez que familiares diferentes de um mesmo desaparecido muitas vezes realizam o cadastro em momentos distintos”.

A diretora disse que a Polícia Civil do estado já está processando todos os dados cadastrados na Acadepol “para divulgar uma relação mais precisa dessa triagem”.

Para uma atualização mais precisa dos dados cadastrais, a Acadepol vai convidar os familiares das vítimas, por telefone, a comparecerem ao Centro de Comando da academia (rua Oscar Negrão de Lima, 200/Prédio B, sala 6 – Nova Gameleira), na região Oeste da capital, em dia e horário ainda a ser agendados.

Múltiplas lesões

Conforme enfatizou o superintendente de Polícia Técnico-Científica, médico-legista Thalles Bittencourt de Barcelos, a Polícia Civil está fazendo todo o esforço necessário para conseguir uma rápida identificação das vítimas, em vista do sofrimento dos familiares, sem contudo ferir os devidos protocolos médico-legais de modo a garantir a precisão das perícias. “É muito importante dizer que os corpos já liberados do IML aos familiares foram identificados com rapidez e eficácia pelo primeiro passo, que é a papiloscopia (comparação das digitais)”, explicou.

Segundo Bittencourt, a nova fase a ser seguida, portanto, visa à identificação dos corpos das vítimas que podem chegar ao IML com múltiplas lesões, o que é comum nesse tipo de tragédia. “Por isso, estamos nos adiantando para complementar os cadastros e agilizar o processo de identificação”, afirmou o superintendente. Ele lembrou que a coleta para exame de DNA é realizada pelo mucosa oral (boca), com equipamento próprio, e não oferece riscos ou desconforto aos familiares.

A Polícia Civil informa, ainda, que não é necessário que o familiar se desloque à Acadepol ou ao IML antes de receber a ligação telefônica para o agendamento. Em caso de dúvidas, poderá ser encaminhado e-mail para [email protected].

Orientações sobre o que deverá ser levado pelo familiar (por exemplo: fotografias, radiografias, objetos de uso pessoal da vítima) e sobre o transporte (Brumadinho-Acadepol-Brumadinho) serão passadas via telefone, conforme cada caso.

Da Agência Brasil e da PCMG

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