Drones serão utilizados no combate à dengue em Belo Horizonte. A iniciativa é uma parceria da PBH com a Vale e está prevista para começar em maio. Apesar da novidade, a população continua tendo papel primordial no enfrentamento ao Aedes aegypti e os cuidados precisam ser contínuos.
Em entrevista ao BHAZ o subsecretário de Promoção e Vigilância à Saúde, Fabiano Pimenta, disse que BH tem 1.506 casos confirmados de dengue até o momento, número menor se comparado com o ano passado, e nenhuma morte.
“Estamos numa situação muito boa, com baixa transmissão. No ano passado, o número de casos que temos atualmente foi registrado somente em uma semana de março”, diz.
A razão para BH ter tido 139 mil casos de dengue em 2019 é explicada pelo médico. “No ano passado circulou um sorotipo que não tínhamos registro desde 2010. Isso fez com que mais pessoas ficassem vulneráveis e fossem contaminadas”.
A epidemia da dengue no ano anterior fez a população aumentar os cuidados com os focos de proliferação do mosquito transmissor. “Em anos subsequentes à epidemia a gente observa uma tensão maior das pessoas e os cuidados redobrados com os criadores”, afirma.
Cuidado precisa continuar
A população, segundo Fabiano Pimenta, precisa estar sempre atenta com os lugares onde o mosquito transmissor possa proliferar, como pratos de vasos de plantas, pneus, dentre outros objetos que acumulam água.
“Os ambientes domiciliares concentram 80% dos criadouros localizados pela PBH. Reiteramos que o trabalho dos mais de 1,3 mil agentes que passam nas casas é fundamental, mas a população precisa separar, pelo menos, 30 minutos durante a semana para revisar os locais que acumulam água, independentemente da chuva”, pede o subsecretário.
Dengue e Covid-19
Em tempos de pandemia da Covid-19 a prevenção contra a dengue é primordial, pois evita a lotação do sistema de saúde.
“Vivemos em torno de uma doença nova, que desafia o sistema de saúde dos países, mas os hábitos do Aedes estão completamente esclarecidos. Evitar a proliferação do mosquito é um exercício de cidadania, sob o ponto de vista de resguardar a saúde de todos. Imagina o sistema de saúde demandado, ao mesmo tempo, por dengue e síndrome respiratória aguda grave”, ressalta.
Drones
Os drones serão utilizados como complemento das atividades desenvolvidas pela prefeitura no enfrentamento à dengue.
“Iniciamos a fase de planejamento e os drones, num primeiro momento, vão em locais estratégicos para sabermos como está a concentração de ovos”, explica Fabiano.
O foco da ação são locais mais difíceis de serem acessados por agentes comunitários e mesmo moradores, como calhas, telhados, lajes e imóveis vazios. As informações obtidas serão passadas para a Vigilância Epidemiológica.
Após a identificação do risco e da autorização do proprietário do imóvel, o produto utilizado no combate às larvas será acoplado ao drone e acionado no local identificado.
A substância não possui toxicidade, não contamina o meio ambiente, e já é utilizada pela Secretaria Municipal de Saúde do município para controle de criadouros de dengue. Toda a cidade será mapeada e os criadouros tratados.
O início da ação está previsto para maio e deve durar 12 meses. A Iniciativa é uma parceria da PBH com a Vale, a um custo de R$ 10 milhões, totalmente custeado pela mineradora.
