O belo-horizontino mais atento já percebeu que a cidade foi tomada por táxis de Contagem nos últimos dias. São os tradicionais carros brancos sempre presentes na capital mineira, mas identificados com um grande logotipo do município vizinho. Em dois tradicionais pontos nos bairros Santo Antônio, Zona Sul de BH, e Santa Tereza, Zona Leste, por exemplo, a quantidade de veículos contagenses é quase a metade do total em alguns momentos.
Seria mais um efeito do Uber? Taxistas ouvidos pelo Bhaz dizem que sim. “O movimento lá está muito ruim. Esse aplicativo atrapalha muito nosso trabalho. Preferi vir a Belo Horizonte para encontrar mais clientes”, afirma José Geraldo.
Mas uma outra explicação também pode desvendar a “invasão”: no fim de junho venceu o prazo para que todos os táxis de Contagem passassem a andar caracterizados, justamente com o tal logotipo verde, preto e laranja. “Rodo em Belo Horizonte desde 1983. Moro na capital e só vou a Contagem para fazer vistoria”, afirma Expedito Francisco de Arruda.
“Isso é porque teve uma licitação recentemente em Contagem, que colocou mais 200 carros na rua e obrigou que os veículos andassem adesivados. Antigamente eles não eram caracterizados e as pessoas não reparavam. O mercado em Contagem é bom”, diz José Jorge de Abreu Gomes, diretor do Sincavir, o sindicato dos taxistas de Minas Gerais. “Única questão que prejudica é o transporte clandestino. Está nos tirando do mercado de trabalho e colocando tudo que construímos por terra”, completa.
A BHTrans, empresa que gerencia o trânsito da capital mineira, tem convênio com os táxis de Ibirité, Ribeirão das Neves e Sabará, além de Contagem. “Há reciprocidade, ou seja, os táxis do outro município podem rodar em Belo horizonte e os de BH podem rodar naquela cidade”, informa.
