‘Ideias à Venda’: Empresário de BH leva invenção inclusiva a novo reality da Netflix

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Adriano Assis criou um ‘mouse de cabeça’ para pessoas que não possuem movimentos abaixo do pescoço (Floresta Produções/Divulgação)

Um novo seriado brasileiro que tem a proposta de investir em iniciativas comerciais estreou nessa quarta-feira (9) na Netflix. Comandado pela apresentadora Eliana, o reality “Ideias à Venda” oferece uma oportunidade para quatro empreendedores do mesmo setor. E um dos empresários que embarcou nessa proposta é morador de BH há 20 anos e conta ao BHAZ que sua ideia visa promover a acessibilidade para PCDs (Pessoas com Deficiência).

“O que eu gostei mais da experiência é que a gente tem a oportunidade de contar muito bem a história que nos motivou. Muito mais do que vender o produto, lá a gente pôde vender a causa”, conta Adriano Assis, CEO da startup de tecnologia assistiva TIX e criador do Colibri.

A cada episódio, o reality dá a possibilidade de quatro empreendedores do mesmo setor venderem seus produtos à plateia e jurados, na tentativa de levar para casa o prêmio de R$ 200 mil.

O aparelho desenvolvido por ele e que começou a ser comercializado em novembro de 2021 funciona como um “mouse de cabeça” para pessoas que não possuem movimentos abaixo do pescoço. Com o Colibri, é possível navegar tranquilamente em computadores ou smartphones apenas movimentando a cabeça.

“Desde 2019, a gente tinha identificado uma categoria de pessoas que não era atendida por nenhum dos nossos produtos, que são pessoas que possuem um bom movimento de cabeça, mas que dali pra baixo não conseguem se mover. Nós identificamos essa necessidade, mas faltava uma fagulha”, explica ele.

Como funciona?

A faísca que estava faltando veio em 2019, quando Adriano recebeu a ligação de um morador do Pará. O homem, pai de uma criança com deficiência, queria um aparelho capaz de ajudar o filho a usar o celular de outra forma, que não fosse com a boca.

“O garotinho adorava jogar, mas ele nasceu com uma doença que impedia ele de mover os bracinhos. Nós abraçamos a ideia e, em um mês, construímos um protótipo daquele que veio a ser o Colibri lá na frente”, diz, orgulhoso.

Natural de Vitória, no Espírito Santo, Adriano conta que o Colibri funciona com qualquer dispositivo que tenha conectividade via bluetooth. Ele é um pequeno aparelho que pode ser prendido na haste de óculos, bonés, chapéus ou até tiaras de cabelo.

“Dentro dele tem um sensor muito parecido com o que tem dentro do celular. A gente usa isso pra detectar o movimento da cabeça e transformar em um comando de mouse. Ele também tem um sensor que quando você dá uma piscada mais forte ou um sorriso ele clica onde você quer”, explica.

O aparelho vem com um prendedor que facilita a sua fixação em diferentes estruturas (TIX/Divulgação)

Realização de um sonho

O primeiro lote do aparelho foi colocado à venda em novembro 2021 e logo se tornou o carro chefe da TIX. No site, os produtos podem ser adquiridos mediante a uma assinatura mensal, em um valor simbólico. Há também a possibilidade de o cliente produzir o próprio Colibri em casa.

“O Colibri representa a realização de um pequeno sonho. Sempre foi uma vontade ter um produto que a gente abrisse pra comunidade. Como ele nasceu de um pequeno protótipo, no site a gente também ensina as pessoas a fazê-lo. Assim, qualquer um pode ter um Colibri comprando pecinhas na internet, que no total vão custar algo entre R$ 80 e R$ 90”, diz Adriano.

Edição: Giovanna Fávero
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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