Professores da rede particular de ensino param as atividades após perda de direitos

Professores decidiram pela grave em assembleia na noite de terça-feira

Professores da rede particular de ensino decidiram, na noite de ontem, iniciar uma greve a partir desta quarta-feira (25), depois de recusarem proposta patronal, em assembleia da categoria realizada no hall da Assembleia Legislativa de Minas (ALMG). Os professores, que representam mais de 4 mil escolas da Região Metropolitana de Belo Horizonte, alegam que os donos das escolas estão deixando de cumprir a atual Convenção Coletiva de Trabalho (CLT), com retirada de diretos.

Entre as perdas impostas aos professores, segundo o Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro-MG), estão a perda do adicional por tempo de serviço, perda das bolsas de estudos para professores e dependentes, perda do intervalo (recreio), retirada da cláusula de atestado médico (ou seja, professor não pode adoecer), retirada da estabilidade do professor aposentando, perda significativa do adicional extraclasse (uma vez que propõem que o professor trabalhe 10% a mais sem remuneração devida), reajuste de 1%, abaixo da inflação, apesar do reajuste de 12%, em média das mensalidades escolares.

Nesta quarta, a partir das 16h, será realizada nova assembleia no hall da (ALMG), para avaliar a reunião no TRT e definir os rumos do movimento.

O Sinpro-MG recusou a proposta da comissão de negociação do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG) para prorrogação da data-base da categoria até o dia 30 de maio, para que se ganhe mais tempo para as negociações. O Sinep se comprometeu ainda de fazer nova rodada de negociação depois da assembleia das escolas nesta quarta-feira à noite. O sindicato reúne cerca de 979 escolas somente em Belo Horizonte.

Carta a pais e alunos

Em carta aberta aos pais e alunos, o Sinpro justifica a decisão de paralisação. “Como manter disposição e ânimo pela docência, sabendo que, mesmo com o reajuste das mensalidades (em média de 12% em 2018), querem repassar apenas 1% para nós, professores/as – o que representa cerca de 25 centavos por hora/aula para alguns segmentos e não recompõe ao menos a inflação?”, questionam no documento publicado na site do Sinpro-MG desta quarta-feira.

Na carta, os professores pedem, ainda, ajuda da comunidade para manutenção dos direitos que estão ameaçados. “Precisamos de toda ajuda da comunidade escolar para continuarmos a levar adiante nossa missão: a de estar em sala de aula com dignidade, saúde, qualidade de vida e de trabalho. Só assim será possível manter a qualidade da educação de seus filhos/as, nossos/as queridos/as estudantes”, concluem.

Maria Clara Prates

Formada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/MG). Trabalhou no Estado de Minas por mais de 25 anos, se destacando como repórter especial. Acumula prêmios no currículo, tais como: Prêmio Esso de 1998; Prêmio Onip de Jornalismo (2001); Prêmio Fiat Allis (2002) e Prêmio Esso regional de 2009.

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