Família faz vaquinha para pagar tratamento de criança infectada com bactéria ‘comedora de carne’

03/09/2024 às 13h44 - Atualizado em 03/09/2024 às 15h07
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Ana Carolina, de sete anos, ao lado da mãe Emanoelle Faria Queiroz (Reprodução)

O que era para ser a realização de um sonho acabou virando um pesadelo. Emanoelle Faria Queiroz juntou dinheiro durante dois anos para realizar o desejo da filha caçula: ver a neve. No entanto, a viagem para o Chile mal havia começado quando as coisas começaram a desandar. Já no avião, Ana Carolina, de sete anos, queixou-se de um desconforto, o que Emanoelle não imaginava é que a filha já estava infectada por uma bactéria “comedora de carne”.

Ao BHAZ, Emanoelle explica como tudo começou. A família mora em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e foram viajar no incío de agosto deste ano. “Quando decolamos, minha filha mais nova começou a reclamar de tontura. Achei que tinha algo a ver com o nervosismo ou a altitude. Não passou pela minha cabeça que poderia ser algo mais grave”, diz.

Ela conta que a filha continuou a reclamar do desconforto quando chegaram no Chile. “As coisas foram piorando. Lá, ela começou a se queixar de dor de garganta. No outro dia, uma brotoeja apareceu na axila dela. Dei alguns remédios, passei pomada e fomos dormir”, afirma.

“Durante à noite, acordei com muito frio. Depois, fui checar minhas duas filhas e, nesse momento, percebi que a Carol estava com muita febre. Decidi, então, dar um banho nela para tentar abaixar a temperatura. Quando tirei a roupa da minha filha, percebi que ela estava com várias manchas saindo pus no abdômen”, acrescenta ela.

Diagnóstico

Emanoelle relata que ligou para o seguro de viagem, que indicou uma clínica para ela. “A Carol estava cheia de ferida, empolada e inchada. Quando chegamos na clínica, minha filha já não andava de tanta dor e fraqueza. Ela passou por alguns exames e, mesmo antes de saber o diagnóstico, ela foi encaminhada para a sala de cirurgia”.

A mãe explica que a filha precisou passar por uma cirurgia para retirar as feridas, que já estavam necrosadas. “Os médicos sabiam que se tratava de uma bactéria, porém não sabiam qual. Mas me falaram que, independentemente do que fosse, ela precisaria passar por um procedimento com urgência para remover essas partes necrosadas”.

Ana Carolina internada em clínica no Chile (Reprodução)

Após isso, o diagnóstico veio: Ana Carolina estava infectada pela bactéria carnívora necrosante estreptococos do grupo A. “Os médicos explicaram que essa bactéria pode entrar pela garganta, alimento, ou uma feridinha aberta. Mas nós não sabemos como ela pegou”, esclarece a mãe.

Emanoelle enfatiza que a infecção já estava avançada. “A bactéria já tinha chegado no sangue da minha filha. Ela passou por quatro cirurgias no Chile, precisou ser entubada. Depois, conseguimos que ela fosse transferida para um hospital em Belo Horizonte, onde ela precisou passar por mais duas cirurgias. Foram momentos horríveis que vivemos”, relata.

‘Vakinha’ para custear as despesas hospitalares

De acordo com a mãe de Ana Carolina, as despesas chegaram a quase R$ 500 mil. “Ao todo, o tratamento dela na clínica no Chile ficou em R$ 473 mil. O seguro cobria apenas 30 mil dólares, aproximadamente R$ 150 mil, e o restante tivemos que arcar. Utilizamos toda a reserva da família e contamos com a ajuda de familiares para pagar mais uma parte”, ressalta.

Emanoelle conta que decidiu vender o carro para arcar com os gastos. “Apesar dos esforços e da ajuda, continuamos com uma dívida que fazemos questão de pagar, pois foram eles e os recursos que salvaram a vida da Carol. Então, quando as pessoas viram a que ponto chegamos para pagar o tratamento, me sugeriram a ideia de criar uma ‘vakinha’ para arrecadar fundos”, complementa.

Até o momento, a ‘vakinha’ tem 161 apoiadores que doaram R$ 16.165,47. A meta é arrecadar R$ 70 mil. “Minha filha está bem. Já estamos em casa. Depois de curada, uma das médicas me ligou, bastante emocionada, dizendo que nunca tinha visto uma pessoa sobreviver após a bactéria ir para o sangue. Ela foi um milagre. Agora, precisamos terminar de pagar o que salvou a vida dela”, conclui Emanoelle.

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Amanda Serrano

Com experiência nas principais redações de Minas, como Jornal Estado de Minas e TV Band Minas, além de atuação como assessora política, Amanda Serrano é, atualmente, repórter do Portal BHAZ. Em 2024, fez parte da equipe vencedora do Prêmio CDL/BH de Jornalismo.

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Email: [email protected]

Com experiência nas principais redações de Minas, como Jornal Estado de Minas e TV Band Minas, além de atuação como assessora política, Amanda Serrano é, atualmente, repórter do Portal BHAZ. Em 2024, fez parte da equipe vencedora do Prêmio CDL/BH de Jornalismo.

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