Uma paleontóloga carioca fez uma descoberta, no mínimo, curiosa enquanto se divertia com os amigos em uma das boates mais badaladas do momento em Belo Horizonte. A cientista Beatriz Hörmanseder encontrou um fóssil nas paredes e no chão da Casa Sapucaí, na região Leste da capital, e a casa vai até fazer uma festa para comemorar o “achado”.
Ao BHAZ, Beatriz conta que esse tipo de fóssil, denominado cientificamente como estromatólito, é comumente encontrado na ornamentação de casas antigas. A partir de 1942, segundo ela, foi criada uma lei de proteção de fósseis, que proíbe a compra e exploração desse material científico.
“Nas décadas de 1920 e 1930 era comum utilizar isso. Na bacia do Araripe, no Sul do Ceará, por exemplo, é comum você encontrar fósseis enquanto anda na rua, porque na região isso é muito comum e aí eles usaram na ornamentação da própria região. Mas quando se acha um fóssil de grande interesse científico, como de um dinossauro ou um pterossauro, ele é extraído e levado para um museu para ser estudado”, explica ela.
Vida mais antiga do planeta
Segundo a cientista, os estromatólitos são uma das primeiras formas de vida do planeta Terra. Eles são colunas com várias camadas de bactérias que vão se formando e que se assemelham com rochas. Elas podem ser identificadas pela aparição de algumas manchas em formato de “bolinhas”.
“Eles são muito importantes porque eles geraram o oxigênio no nosso planeta. Então qualquer pessoa da paleontologia ou da área da geologia acaba reconhecendo esses padrões, porque eles são muito famosos justamente pela importância paleontológica deles”, diz ela.
O vídeo publicado por Beatriz nas redes sociais chegou a mais de 140 mil pessoas. Para comemorar a descoberta histórica, a Casa Sapucaí vai promover um evento nesta sexta-feira (8), a “Festa Mais Antiga Do Mundo”.
“Eles fizeram uma parceria comigo e me convidaram para a festa. Essa parte do investimento no desenvolvimento cientista, fazendo essas parcerias com empresas privadas, é muito legal”, declarou.